A Morte Anunciada do Camarão

Festival do Camarão 2015_05

 

O BLOG CONTRA & VERSO previu isso. Há cerca de 45 dias escrevemos sobre a atual configuração do Festival do Camarão, que está na sua 18ª versão, apontando o seu provincianismo e amadorismo, fatores que impedem o seu profissionalismo e redenção como referência Turística no Litoral Norte e Região Metropolitana do Vale do Paraíba.

Desde a sua criação o Festival do Camarão nasceu como forma de homenagear o fim do Defeso do mais famoso crustáceo dos mares deste lado do Atlântico Sul, período em que sua pesca é proibida, pois acontece o acasalamento, nascimento e crescimento para um tamanho mínimo que possa ter povoado os oceanos e ser pescado. Ao que parece a história agora é outra, mas isso é assunto para outro parágrafo. O evento nasceu no final da Praia do Centro, na Ponta do Camaroeiro, onde se agrupam Pescadores, seus barcos e suas redes, numa área de topografia irregular, cortado por um canal de cheiro suspeito que nos dias de calor incomoda bastante. Depois de muita insistência a Prefeitura mudou a realização da festa para a Praça de Eventos, hoje denominada Praça da Cultura, localizada na mesma Praia do Centro, distante pelo menos umas 15 quadras.

Mas o problema não se resumia a localização, participantes e organizadores, respectivamente os Pescadores da Colônia Z-8 mais especificamente os localizados na Ponta do Camaroeiro e a Fundacc, perfazendo o âmbito cultural ao evento. Na verdade o que foi criado como forma de homenagear o Defeso tornou-se a “maneira mais fácil de ganhar dinheiro com o mínimo de esforço”, oferecendo pouquíssima ou quase nenhuma opção de pratos de Camarão, transformando um evento cultural numa espécie de complementação do período do Defeso, onde os ganhos dos Pescadores são reduzidos. Por anos a fio o tal Festival do Camarão oferecia aos freqüentadores do evento Camarão a Paulista, Espetinho de Camarão ou Empadinha de Camarão, ou seja, pratos que qualquer bom boteco com um garçom decano, uma cerveja gelada e uma cachaça especial e de qualidade oferece.

Festival do Camarão 2015_04

Como dissemos, há cerca de 45 dias apresentamos as contra razões para transformar o Festival do Camarão numa festa profissional, de formato turístico e referência no Litoral e Vale. As contra razões se resumem a escolha de pratos que tenham o Camarão como prato principal e apenas este prato por barraca, representado por entidade ou um Pescador e sua família. Para evitar problemas na confecção do prato os Nutricionistas da Prefeitura poderão auxiliar, adaptando ingredientes e maneira de fazê-lo, dando rapidez, dinamismo e facilidade para fazer, apresentar e servir. Em resumo, após a escolha do prato com Camarão, uma pessoa ou entidade é sorteada para fazê-lo com apoio da Prefeitura. Desta maneira haveria variedade para o consumidor e no caso do preço final, que poderia afastar ou concentrar as vendas de determinada barraca, níveis de preço poderiam ser estabelecidos para que não houvesse encalhe ou excesso de produção no evento.

Infelizmente o que vimos é a mesmice dos anos anteriores, recheada de amadorismo. Em todas as barracas eram servidos Empada de Camarão, Bolinho de Camarão, Espeto de Camarão 7 Barbas, Porções de Camarão e por aí vai, com preços variando de r$ 4,00 a r$ 30,00 . Algumas barracas variaram apresentando Strogonoff, Escondidinho, dentre outros. Desta maneira o Festival favorece as barracas que tem mais amigos e não pelos pratos apresentados, pois na igualdade você escolhe quem conhece e mais confia.

A Fundacc falou sobre o evento. Como havíamos dito anteriormente o objetivo principal da festa mudou. Segundo a Presidente da entidade, Zenaide Vernizzi o Festival do Camarão é a maneira de homenagear a Culinária Caiçara, mostrando o que o Pescador de Caraguatatuba come, se alimenta no dia-a-dia. Há de se estranhar a declaração, pois sabe-se que o Pescador pouco come Camarão devido ao seu preço final de mercado e muito menos o Bobó de Camarão faz parte da Culinária Caiçara Paulista, sendo um prato típico da região nordestina, mais precisamente na Bahia. Baseado nisso opinamos que o Festival deveria ter o seu nome mudado para “Festival da Culinária Caiçara”, o que foi aceito por Vernizzi, que promete colocar em discussão em momento apropriado. Há informações de que as mudanças propostas pelo BLOG CONTRA & VERSO encontram duplicidade em algumas pessoas ligadas ao evento, mas que são rebatidas, por serem encaradas como críticas.

Como se vê, a Prefeitura gasta rios de dinheiro montando uma estrutura que não ajuda, melhora, progride ou desenvolve nada, seja no Turismo, seja na Educação, seja como Assistência Social e até na Culinária. Este Blog mantêm as informações anteriores, objetando que se não houverem mudanças este evento continuará sendo provinciano e amador, não acrescentando nada ao calendário de eventos da cidade.

Festival do Camarão 2015_03

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