Caraguá: Comércio em crise é culpa da Petrobrás

Comércio Fechado Caraguá 5

Os últimos 12 meses têm sido críticos para o comércio local. Pontos comerciais que abrem e logo em seguida fecham, demissão das equipes contratadas, baixa nas vendas, preços de custo que tem subido com certa velocidade e um clima de instabilidade reinante que preocupa comerciantes e consumidores. Analisando a fundo a questão em Caraguatatuba descobriu-se que boa parte do problema é originada na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, da Petrobrás.

Sim, é isso mesmo!!! O problema no comércio de Caraguatatuba tem origem na Petrobrás e não há relação com os casos de corrupção ou a Operação Lava Jato. Simplesmente a instalação da petrolífera no município instaurou uma áurea de consumo, glamour e prosperidade que iludiu os corações e mentes caiçaras. Todos imaginavam a Petrobrás como sendo a galinha dos ovos de ouro ou as barras de ouro que ficam no final do arco-íris. Na verdade o futuro foi tratado como conjectura e quem apostou nelas deu com os burros n’agua.

De acordo com números de entidades representativas como o Sebrae, os comércios no Brasil tem vida média de 2 anos e são conduzidas, na sua maioria esmagadora (mais de 80%), por pessoas que desconhecem o tipo de negócio que instalam. Em Caraguá os números não fogem a regra.

Com a vinda da Unidade de Gás da Petrobrás os valores médios dos aluguéis subiu astronomicamente, pois os caiçaras imaginavam que os novos trabalhadores aqui chegados viriam com know-how e isso está diretamente relacionado a altos salários. Ao mesmo tempo quando a Petrobrás instala uma unidade num município, ao seu redor são instaladas diversas empresas satélites, que trabalham diretamente com os produtos e serviços da referida unidade. Sendo assim fixou-se a seguinte mensagem: “Onde tem Petrobrás tem gente que ganha bem e pode pagar mais pelo aluguel e empresas querendo se instalar que podem também pagar bem pelos imóveis dos seus escritórios”.

A partir daí o valor médio dos aluguéis na cidade cresceu em torno dos 25%, enquanto que os imóveis para venda cresceram mais de 50%. O resultado disso foi uma época de vacas magras e muitas reclamações, onde um aluguel ou compra levava o dobro do tempo para fechar e nela havia muita negociação, com o preço final geralmente reduzido.

Em seguida reconheceu-se que a média estava alta e uma redução ocorreu, mas manteve-se na alta. Como tudo é questão de costume os comerciantes voltaram a alugar mesmo com os altos preços, reduzindo também o lucro final dos produtos.

Quando a situação parecia se estabilizar, com o comerciante de Caraguá aprendendo a trabalhar com altos custos operacionais a inflação começa a comer o lucro e o orçamento do caiçara pelas beiradas, culminando com as medidas impostas pelo Governo Federal após às eleições.

O BLOG CONTRA & VERSO ouviu os comerciantes da cidade sobre o assunto. Todos culparam o Governo e esqueceram que tudo começou com a Petrobrás. Segundo o Presidente da ACEC (Associação Comercial e Empresarial de Caraguatatuba), Roberto das Mercês não vê a situação com bons olhos. “Estou pessimista, a situação está em baixa, todos fechando. O Governo Federal deu aumento de 7% no Salário Mínimo, mas o restante subiu num índice ainda maior”, disse. Para o Presidente da Entidade o problema é ainda mais crucial. “O povo está sem renda. Acabamos caindo num problema ainda mais crucial do que as crises hídrica e de energia elétrica. Temos que correr atrás ao invés de esperar o governo resolver”, frisou.

O empresário Maximiliano da Rocha, do Restaurante Mamamia disse que a situação do país e da cidade tem uma única razão, que é a Presidente Dilma. Beatriz Santos da franquia Cacau Show alega que os problemas do comércio na cidade vem do alto custo dos aluguéis, a inflação alta e a adoção da Zona Azul, que trouxe problemas. Para ela o uso de Parquímetro seria melhor. Segundo a comerciante Raquel Maria, da loja Pele de Seda o problema no comércio é geral e não apenas de Caraguá. “É geral, é político, não só em Caraguá como no Brasil todo. Um dos fatores foi a criação do Serramar Shopping, que levou o movimento para longe do centro”, relata. Já a empresária Gracinda Mendes, do Nhack Pastéis foi incisiva. “É um problema nacional. O país todo está falido”, finalizou.

A Corretora de Imóveis Regina Komatsubara, da Imobiliária Jan Imóveis diz estar fazendo das tripas coração para manter o trabalho. “Todo mundo acreditou na Petrobrás e isso elevou o valor dos aluguéis. Hoje mesmo reduzindo continua alto e muitos comerciantes não conseguem pagar. São vários inadimplentes e ameaçando entregar o imóvel”, frisou.

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