Nesta terra nunca faltará água!!!

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O Título retrata bem a situação em termos de abastecimento de água em Caraguatatuba. Colocada numa obra de arte que imita uma torneira e instalada na Praça Dr. Cândido Mota há mais de 50 anos, a menção é alusiva ao grande aquífero aqui existente, que garante o abastecimento da cidade até 2050 com sobras até a data e por mais 30 anos com certeza. A Sabesp anunciou obras de ampliação na sua captação a partir de 2020.

A Sabesp – Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Escritório de Negócios do Litoral Norte, que abrange as 4 cidades da região anuncia que deverá iniciar obras de ampliação do seu sistema de captação na base Porto Novo/Rio Claro para 2020. Se nada der errado e nenhum contratempo ocorrer, as obras deverão aumentar o abastecimento em mais 200 litros/segundo a um custo atual de r$ 27 milhões. O que parece ser uma quantidade irrisória dentre o número de habitantes da cidade e região é na verdade, apenas um item de um vasto cenário que perfaz toda a riqueza aquífera do Litoral Norte.

De acordo com as informações do Gerente Operacional da Sabesp em Caraguatatuba, Pedro Fernando Ponce, a cidade é abastecida por 3 sistemas produtores de água; Porto Novo/Rio Claro com 550 litros/segundo, Guaxinduba/Cantagalo com 180 litros/segundo e Massaguaçu/Costa Norte com 100 litros/segundo, perfazendo um total de 830 litros/segundo.

Respectivamente o Rio Claro abastece tanto Caraguatatuba como São Sebastião na proporção de 40% para a cidade vizinha, ou seja, 220 litros que irão adicionar a outras captações do vizinho. O Rio Claro abastece Caraguatatuba do Perequê até o rio Santo Antonio e da Enseada até o Topo Varadouro em São Sebastião. O Guaxinduba abastece do rio Santo Antonio até o bairro do Olaria e o sistema Massaguaçu toda a zona norte da cidade até a divisa com Ubatuba. Em resumo, Caraguatatuba é abastecida com 610 litros/segundo diariamente.

Ao contrário de outras cidades e regiões, Caraguatatuba não tem reservação de água, ou seja, barragens como a Represa de Paraibuna ou o sistema Cantareira na capital. Em Caraguatatuba toda água vem da serra, ou melhor, da chuva que constantemente cai na serra, a chamada “Captação de Fio d’agua”, com um simples barramento de 50 centímetros de altura para facilitar a captação, fazendo jus ao tradicional índice pluviométrico de cerca de 200 dia/ano.

As obras de ampliação, marcadas para 2020 estão dentro do crescimento estimado acompanhado de 1,8% ao ano, garantindo um aumento na captação em mais 200 litros/segundo no rio Pirassununga. Com respeito as obras de ampliação na captação e produção de água na cidade, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente mapeou rios e captações juntamente com o DAEE – Departamento de Água, Esgoto e Eletricidade, as quais a Sabesp irá obter outorgas e autorizações para controlar e usar com o intuito de aumentar o abastecimento na cidade.

Os locais, todos eles dentro da Fazenda Serramar são os seguintes: rio Pirassununga com 349 litros/segundo; Ribeirão da Aldeia com 284 litros/segundo; Ribeirão da Divisa com 137 litros/segundo; Pau D’Alho com 272 litros/segundo e rio Camburu com 1.890 litros/segundo, perfazendo um total de 2.932 litros/segundo, que adicionados aos já existentes 830 litros/segundo dão um total de 3.742 litros/segundo ou 3.522 litros/segundo já descontada a parte de São Sebastião. Esta ampliação garante o abastecimento com crescimento por 30 anos nas obras de alvenaria, sendo que os equipamentos são trocados há cada 5 anos. A Sabesp garante que mesmo havendo um atraso no início das obras, não haverá comprometimento no abastecimento.

É bom frisar que os números apresentados nestes novos e futuros pontos de captação são a estimativa total do volume de água, assim com os já existentes. Segundo estudos realizados pela Sabesp a média utilizada é de 50 a 60% do total de cada um destes sistemas.

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A concessionária mantém diariamente o monitoramento dos índices pluviométricos na cidade e região, além de manter contato e parcerias com os órgãos relacionados ao clima e a previsão do tempo, que traçam um retrato completo da situação do clima no Litoral Norte, o que garante o abastecimento de água na cidade mesmo nos períodos de seca, como os ocorridos no passado e durante o Outono e o Inverno. Nesse ponto a Sabesp informa que o volume de 610 litros/segundo para o abastecimento de água na cidade é estabelecido durante a temporada de verão, quando a cidade aumenta a população de 115 mil para mais de 300 mil habitantes. Nos meses conhecidos como a “Fora da Temporada”, o volume de abastecimento gira em torno dos 370 litros/segundo.

Num cálculo rápido o volume de água diário da cidade é de 22.200 litros/hora e de 532.800 litros/dia para os meses fora da temporada e de 36.600 litros/hora e 878.400 litros/dia durante a temporada de verão. Ao mesmo tempo a concessionária estima suas perdas em 12% ao mês, algo em torno de 72 litros/segundo na alta temporada e de 44 litros/segundo na baixa temporada, que podem ser notados através de vazamentos na rede, nas residências e nos “gatos” existentes em vários pontos da cidade que a concessionária combate diariamente.

Atualmente são mais de 53.988 ligações existentes, numa média de 1.100 ligações/ano, como as realizadas no ano passado. No total são mais de 63 mil economias – termo dado pela estatal para cada uma das economias, incluindo aí os condomínios. Em Caraguatatuba 40% dos imóveis são de veraneio. Para a Sabesp todo este trabalho não terá qualquer valor se não houver a preservação dos mananciais. Ainda sobre falta de água e abastecimento, a concessionária informa ser normal a queda de pressão durante o dia no horário de pico e para isso faz o monitoramento em vários pontos da cidade através da medição de MCA – Metros por Coluna D’Agua, como Martim de Sá, Gaivotas, Divisa e Massaguaçu.

Para compensar a queda de pressão nos horários de pico a Sabesp mantêm reservatórios que compensam esta falta. Palmeiras Norte com 10 milhões de litros, Benfica com 1.7 milhões de litros, Guaxinduba com 2 milhões de litros, Massaguaçu com 1.5 milhões de litros e Porto Novo com 5 milhões de litros garantem que o consumidor final não fique sem água durante os horários de pico, que se dividem da seguinte forma: São 3 os horários de pico; às 10, 14 e 18 horas. Quando se trata dos dias da semana, a segunda e a sexta-feira registram alto consumo durante todo o dia, repetindo-se no sábado e um dia de baixo consumo aos domingos, ficando as terças, quartas e quintas com consumo normal. Segundo a Sabesp um ser humano gasta normalmente de 150 a 200 litros de água por dia.

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