A História do Vinho – Fósseis, uma Princesa Persa e os Egípcios

Antes de mais nada, sempre achei o aspecto histórico do vinho algo interessante, e por isso ouso escrever uma crônica. A ideia é mais fácil, que o próprio texto. Pesquisei, estudei, escutei. Consultei livros, blogs, vídeos, documentários e detectei, que é um assunto muito grande. – é como se fosse tentar um sumario da história da humanidade. Então para manter tudo compreensível e menos cansativo, vou me basear em 2 blogs, que já fizeram um sumario excelente – o da Familia Valduga, a grande produtora de vinhos nacionais, e o blog da revista “Adega” uma referência da eno-literatura nacional e vou acrescentar meu ponto da vista. Como a viagem é longa vou dividir a história do vinho em várias partes. Esta semana então trata-se do episódio inicial. Preparados? Então vamos voltar onde tudo começou…

A “bebida de Dioniso” já aparece na Antiguidade Clássica e até no Velho Testamento, nas uvas cultivadas por Noé — que quase poderíamos dizer que ela coincide com a da nossa civilização. – então vinho acompanha a humanidade por muito tempo, e além da história do deus do vinho  grego Dioniso, temos poucas fontes, que revelam quando, onde e como a fermentação da uva para uma bebida começou. Na minha humilde opinião pessoal, acho, como muitas coisas na humanidade, a “invenção” aconteceu naturalmente, em vários lugares ao mesmo tempo. Provavelmente guardando suco de uva fresco numa amphóra e a fermentação aconteceu. Bebendo este suco, teve o agradável efeito de esquecer um pouco as preocupações do dia a dia … mas voltaremos aos fatos.

Apesar da história do deus Dioniso e como ele detectou o vinho (que vocês podem escutar no podcast “A magia do vinho”) existe uma velha fábula persa que tenta explicar o caso.

Trata-se da história de uma princesa que, depois de perder o apreço do rei, sentiu-se tão mal que decidiu cometer suicídio envenenando-se com uma taça de suco de uva “estragado”. Só que, em vez de morrer, ela notou que, depois de ingerir as tais uvas, seu humor melhorou tanto — passou da água para o vinho, poderíamos dizer — que a princesa reconquistou o afeto do rei. E assim se deu, para os persas, a descoberta de que uvas fermentadas não produzem veneno, mas sim um elixir poderoso.

Fato é que todas estas fábulas são de uma certa região e o vinho tenha aparecido onde até hoje ainda se concentra a maior parte de seu cultivo: a zona temperada do Velho Continente, isto é, o Mediterrâneo. Também comprovadamente os mais antigos traços do vinho no mundo foram encontrados em fósseis na região do Cáucaso, as primeiras prensas e equipamentos vinícolas na Armênia.

O Egito, como centro das civilizações antigas teve um papel fundamental na produção e expansão do vinho. Hieróglifos da era pré-dinástica dos faraós mostram como a bebida era preparada na época. Além do comercio, os egípcios cultivavam vinho e documentaram todo o processo. – Sobre isso vou escrever numa outra edição. O fato, que os egípcios na época conseguiram controlar a fermentação, foi um determinante para o sucesso e a qualidade da bebida.

O vinho era então guardado em ânforas — vasos com duas alças, mais conhecidos em suas versões gregas — e selado com barro. Às vezes, o fabricante imprimia sua marca no recipiente, com cera, como se fazia nas cartas.

Seguiremos na semana que vem com os antigos gregos e a evolução do vinho na humanidade.

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