Câmara de Caraguá aprova CPI em sessão agitada

A Sessão Ordinária – 23ª – da Câmara Municipal de Caraguatatuba, realizada na noite de ontem – terça-feira, 13 de agosto – ficou marcada pela agitação e sequência de fatos abordados, como a instauração de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – denúncias de ameaça e irregularidades do Executivo e viralização de áudios contra os Vereadores Cuiú e Ceará. Ao final até o projeto da pauta foi adiado por tempo indeterminado.

Antes mesmo da sessão se realizar a agitação tomou conta das Redes Sociais, com a divulgação de um áudio envolvendo os Vereadores Fernando Cuiú e Ceará, juntamente com uma pessoa de nome Marcelo, onde se discute a participação e disputa pelo poder, envolvendo dinheiro, do Prefeito de Cajamar, de nome Danilo, no RCC – Resíduos de Construção Civil – projeto da Prefeitura no bairro do Barranco Alto, que horas depois iria se tornar o tema da CPI denunciada por Ceará.

No áudio o trio fala em propina, no poder político e na derrubada do atual grupo dominante. Tanto Ceará como Cuiú alegam estarem tranquilos quanto ao fato e pedem que o autor do áudio envie o material para análise do Ministério Público. Ambos os Vereadores dizem que o áudio faz parte de uma série de ameaças e estratégias políticas para afastar a Opinião Pública dos reais problemas que a cidade vem enfrentando com a má gestão do atual Prefeito.

Já no Expediente da Sessão Ordinária, foi lido o ofício do Vereador Ceará explicando a denúncia da Usina de Beneficiamento de RCC no Barranco Alto e pedindo a abertura de uma CPI para apurar o fato. O ofício foi assinado por cinco Vereadores: Ceará, Cuiú, Duda Silva, Dennis Guerra e Celso Pereira. Abertos os trabalhos para a instauração da CPI a situação tentou obstruir e atrapalhar o trâmite com a intenção do Vereador Tato Aguilar em participar da CPI, respeitando o artigo 73 do Regimento Interno da Câmara. O Vereador autor, Onofre Ceará colocou o nome de Tato em suspeição, alegando o parentesco com o Prefeito e por ser padrinho de casamento do Prefeito de Cajamar, envolvido no caso. A partir daí vários Vereadores pediram para participar e ao invés da praxe de sortear ou escolher entre o Vereador autor e seus signatários, realizou-se um sorteio para escolher o trio participante.

Ao final, através do sorteio, foram escolhidos os Vereadores Vandinho, Chininha e Walmir do Olaria e após 5 minutos de interrupção, numa reunião entre o trio, definiu-se Vandinho como Presidente, Walmir do Olaria como Relator e Chininha como membro. Antes desta decisão é que a sessão ficou ainda mais agitada, pois o Vereador Cuiú acusou o ex-Secretário Márcio Jorge Pereira Silva, hoje lotado no Gabinete de tentar coagir os integrantes da CPI. O Vereador Chininha, membro da bancada governista negou o fato. Para o Contra & Verso Márcio Jorge alegou ter entrado na sala apenas para pegar um copo d’agua.

A CPI terá prazo de 180 dias para realizar seus trabalhos, podendo ser prorrogados com o tempo sendo contado dentro do período de trabalho da Câmara. Ao final dos trabalhos um Relatório será elaborado, lido e apresentado em sessão para o restante dos Vereadores e população.

Para quem pensou que a agitação havia terminado engana-se, pois durante a Tribuna dos Vereadores seguiram-se mais denúncias e acusações. Tanto Cuiú como Duda Silva, agora se intitulando opositores do atual governo, informaram que foram ameaçados por emissários da atual administração quanto a CPI e a questão do Empréstimo de R$ 152 Milhões que a Prefeitura tenta buscar na CEF – Caixa Econômica Federal -.

Ainda na Tribuna Vandinho acusou um funcionário da Secretaria de Esportes, com salário de R$ 7 mil mensais de tê-lo desacatado durante um evento esportivo. Vandinho encaminhou a denúncia ao setor disciplinar da Prefeitura. O Vereador não informou o nome do Servidor, mas a seguir da acusação o Vereador Chininha empreendeu uma conversa de tom áspero com Vandinho. Segundo informações o funcionário em questão seria sobrinho do Vereador.

Finalizando a Tribuna o Vereador Duda Silva ressaltou as ameaças recebidas, alegando não entender a razão delas. Ao mesmo tempo confirmou que suas posições tomadas tem como razão estar a favor do povo e não contra eles que votaram nele. A Sessão terminou com o projeto do Vereador De Paula, que obriga a Prefeitura a publicar no Portal da Transparência, Imprensa local e Redes Sociais os contratos no regime de Carta Convite. A proposta foi adiada por tempo indeterminado a pedido do autor.

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