Colucci exige ser ouvido na Privatização da Balsa

O Prefeito de Ilhabela, Antonio Colucci mostra-se extremamente irritado com o descaso que o Governo do Estado tem para com a participação do município ilhéu no que tange a Terceirização da Travessia de Balsa para São Sebastião. O trâmite está em andamento e até o momento Ilhabela não foi ouvida para falar sobre o assunto, o que pode causar sérios problemas aos moradores.

Lembro-me bem de quando aqui cheguei, em 1973 e tempos depois fui conhecer Ilhabela. Achando muito trabalhoso ter que utilizar uma balsa para atravessar o Canal de São Sebastião, perguntei porque uma ponte, assim como a Rio-Niterói, ainda não foi construída, recebendo como resposta “O povo de Ilhabela não quer ficar lotada de Turistas”.

Passados 48 anos compreendi que esta afirmação significa agregar valor ao Turismo, que uma ponte seria extremamente cara, que traria problemas para o tráfego de Petroleiros e que não havia vontade política em construí-la com base nas citações anteriores.

Atualmente o Departamento Hidroviário do Governo do Estado cuida da travessia de balsa entre São Sebastião e Ilhabela desde Novembro de 2020, seja para veículos, seja para pedestres, através do Catamarã, conhecido popularmente por “Lanchinha”.

A concessão terá prazo de 30 anos e obriga a operação, conservação, manutenção e realização dos investimentos necessários para adequar e explorar o sistema de Transporte Aquaviário de Veículos e Passageiros, ou seja, os moradores de Ilhabela e São Sebastião que tem negócios dentro e fora da ilha, assim como moradores das cidades do Litoral Norte, Turistas de várias partes do Brasil e exterior e Veranistas.

O fato de até agora o Governo do Estado não ter ouvido o Prefeito de Ilhabela causou-lhe uma ira sem tamanho, pois o trâmite já foi iniciado e não ouvir a parte mais interessada é um fato difícil de entender, pois as consequências ou sequelas de uma Licitação mal feita pode trazer grandes prejuízos para o município ilhéu.

Segundo apuramos os temores de Colucci são os problemas no sistema viário que um excesso de veículos possa causar durante um Feriado prolongado ou durante o Verão. Ao mesmo tempo um aumento de tarifa, baseado no valor do investimento a ser feito e do valor que será pago na Licitação podem dar o resultado contrário, ou seja, a redução drástica no volume normal de veículos de Turistas e Veranistas da região. Ainda no possível aumento de tarifa, o valor pode trazer problemas ao orçamento dos moradores de Ilhabela e São Sebastião que diariamente utilizam do serviço.

Um outro problema que possa vir diz respeito aos flutuantes, que devido ao tempo já estão obsoletos, o que pode agravar com a possibilidade das futuras balsas do concessionário serem do modelo de encaixe e não do modelo de atracação que existe hoje. Analisando de uma maneira primária, realizar uma Licitação deste porte e não ouvir uma das principais partes interessadas é tão descabido quanto casar e não comunicar o noivo/noiva.

Colucci apresentou uma terceira opção à Licitação, que o serviço seja oferecido ao município, pois se o estado alega prejuízo Ilhabela gostaria de receber o Edital e participar, municipalizando a travessia. De acordo com a Prefeitura não houve retorno até o momento. “Queremos ser ouvidos, caso contrário faremos nossa voz repercutir nos Tribunais!!!”, alega o Prefeito.

No fechamento deste texto recebemos a informação que o Prefeito Colucci, juntamente com o seu Vice, seu filho Pedro Colucci estiveram reunidos com a Diretoria do Departamento Hidroviário do Governo Estadual. A reunião ocorreu em Ilhabela com a presença do Diretor do Departamento Hidroviário, José Manuel de Oliveira Reis, o Coordenador Geral do Departamento, Ibsen Trench e o Consultor Dario Pantoja. O Prefeito de Ilhabela entregou um ofício pedindo informações sobre a melhoria nas áreas de embarque e desembarque – Flutuantes – os investimentos previstos e o controle de veículos. Colucci considerou a reunião importante e aguarda o posicionamento do Governo do Estado após a entrega das reivindicações sobre os investimentos.

 

FOTO: ASSCOM/PMI

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