O primeiro Tsunami da política local não foi o retorno do Poder Familiar no Executivo e Legislativo de Caraguatatuba, mas sim a decisão do Vereador Jameson Chick Show de fazer parte da situação, sendo um Vereador de Oposição, como Vice-Presidente da atual Mesa Diretora para o Biênio 2021/2022. A decisão, severamente contestada é na verdade uma estratégia, a de assumir a Câmara Municipal caso o Prefeito seja cassado.
A função de um Vereador basicamente é o de fiscalizar as ações do Prefeito e da Prefeitura, além de elaborar Leis que visem a melhoria da qualidade de vida dos contribuintes, o desenvolvimento do município, o equilíbrio das contas fiscais, a manutenção da infraestrutura e do Turismo, que é a mola mestra da economia local.
Já o Dueto Situação/Oposição pode ser explicado da seguinte maneira: O termo Situação se dá para o grupo que está no domínio político da cidade e isso acontece no Executivo e no Legislativo. Oposição, já diz a palavra, é aquele que se opõem as linhas de ação, gerência e condução do município, não significando que irá votar contrário aquilo que for positivo para os moradores.
A nova composição da Câmara Municipal de Caraguatatuba para o Quadriênio 2021/2024 renovou em torno de 50% os seus componentes em oito partidos diferentes; PSD, PSDB, MDB, PSC, PV, PRTB, PP e PTB. Desta composição, pelos partidos que se uniram nas Eleições Municipais de Novembro de 2020 podemos afirmar que são nove Vereadores situacionistas, três oposicionistas, dois tidos como independentes e um que não tem a sua situação definida até o momento.
Entre os novatos, aqueles com sete mandatos consecutivos e outros com mandatos interruptos figuravam preliminarmente que a Oposição seria formada pelos Vereadores Celso Pereira, Antonio Carlos Júnior, Jameson Chick Show e Fernando Cuiú. Os independentes nesta 18ª Legislatura são os Vereadores Baduca Filho e Aurimar Mansano e o restante de membros da bancada da Situação. Mas como a política é dinâmica os números se alteraram pelo afastamento de Fernando Cuiú do grupo da Oposição e Jameson compondo com a Situação fazendo parte da Mesa Diretora como Vice-Presidente.
Estranhamente o recuo de Cuiú não foi tão sentido quanto a parceria de Jameson, que vem de um candidato, Eduardo Stanellis, que pregou ser a Terceira Via, a melhor opção para combater a Política do Café com Leite Caiçara, dividida entre as famílias Aguilar e Silva ao longo dos últimos 20 anos. As críticas quanto a decisão de Jameson vieram logo após a confirmação de que seria candidato a Vice-Presidente na chapa de Tato Aguilar e sua consequente eleição no primeiro dia do ano, em Sessão Solene de Posse.
Chamado de Traidor e de outros pejorativos não mencionáveis neste texto, o Blog Contra & Verso quis saber a razão desta atitude. Segundo o Vereador não se deve confundir participação na Mesa Diretora com apoiar a atual Administração. “São coisas bem diferentes”, disse ele. O Vereador relata que as conversas com os potenciais candidatos à Presidência aconteceram na semana seguintes ao pleito de Novembro, informando que foi procurado por três Vereadores, sem informar quais seriam eles. Alega o Vice-Presidente que para todos se posicionou de forma independente, pois não possui bancada, foi eleito em uma Terceira Via e por isso decidiu ser Independente.
Informa que suas atitudes e posicionamentos tiveram a ciência do Presidente do PRTB em Caraguá, Delvan Nascimento, onde o seu voto estaria ligado diretamente ao cargo de Vice-Presidente, para ter a viabilidade de ser eleito. Conta também o Vereador que Celso Pereira, juntamente com AC Júnior o procurou em três de Dezembro, marcando um encontro para o dia seguinte no bairro do Massaguaçu, porém ao chegar não o encontrou e um recado informava que ele teria ido a Ubatuba levar sua esposa e que ligaria ao retornar, o que não aconteceu, não fazendo mais contato com ele. No dia seguinte Jameson foi internado durante 20 dias e Celso tentou retomar a conversa dois dias antes da posse.
A explicação teria bastado para encerrar a questão se a mãe do Vereador, Ângela Duarte, candidata a Vice na chapa de Stanellis na eleição do ano passado fosse as Redes Sociais e fizesse um desabafo que causou ainda mais alvoroço no meio político. Ângela Duarte diz que o filho fez a escolha mais importante da vida dele, que era fazer parte da Mesa Diretora da Câmara Municipal. “Ele está sozinho na Câmara e como Vice saberá de tudo que acontece”, frisando que o colocaram como Vice para poder votar no Tato Aguilar.
Duarte relata que o filho não tem ideia dos acontecimentos futuros, não sabendo se o Prefeito será cassado e o irmão, o Vereador/Presidente Tato Aguilar terá que assumir a Prefeitura e ele, por conseguinte, assumiria a Câmara. A genitora do Vice conta que foram pensadas várias alternativas. Reitera que AC Júnior não tinha chapa definida e que Celso Pereira deu um “bolo” em seu filho para conversar, não sabendo qual era o pensamento da oposição.
Duarte reafirma que tanto ela quanto seu filho são Stanellis e que apoiarão o Coronel no caso de sair candidato em 2024. Chamou de “Palhaçada” e muito “Ti Ti Ti” o que estão fazendo com Jameson, alegando que não houve favorecimento através de dinheiro ou cargos para ser Vice. Finaliza esperando que todos entendam o posicionamento de Jameson.
A Redação do Contra & Verso solicitou manifestação do Prefeito Municipal, do Presidente da Câmara e do Vereador Celso Pereira sobre o fato. Aguilar Júnior e Tato Aguilar não retornaram ao nosso contato e Celso Pereira não quis falar sobre o assunto para não ficar promovendo o colega Vereador.
No meio político, principalmente dentro do núcleo situacionista as informações davam conta de que “A Escolha foi deles, eles merecem isso”, frisando que a escolha de Jameson para Vice não agradou. Ao mesmo tempo as mesmas fontes repassam que a escolha do Vereador provavelmente foi feita por Aguilar Pai, tradicionalmente conhecido como articulador do grupo da situação, sendo incerta a repercussão das declarações de Ângela Duarte.
