Minha Vida era uma eterna Tempestade

Meu nome é Eustáquio. Vivo no Litoral Norte de São Paulo e a partir de hoje vou contar um pouco da minha vida. Meus amigos Cícero e as amigas Olívia e Simone fazem parte da minha vida, em todos os momentos, nas ocasiões mais inesperadas e tempestuosas. Minha vida é igual a de todo mundo, mas penso que conta-la irá mostrar quais os caminhos que você não deve seguir.

Como havia dito, moro na beira da praia, vivo a beira-mar. O vento, as ondas e a maresia fazem parte do meu dia-a-dia, junto com o Sol, as noites de névoa no Verão e as estrelas no Inverno, por sinal as mais belas do ano. O calendário também faz parte da minha vida, com dias calmos e mornos em Maio e Agosto e mais agitados em Janeiro, Fevereiro e Março, sem contar os Feriados.

Tenho o que se pode dizer, uma boa vida. Meus pai tem Títulos e Documentos, junto com um bom emprego e um salário que unidos, proporcionam um nível médio, desejável para os padrões atuais e acima da média na cidade que vivo.

Tudo me era dado. Eu tinha alcance para o que desejasse, na medida e distância dos meus dedos e anseios. Roupas, Festas, Baladas, Viagens, Amigos novos e os costumeiros sempre a mão. Bater perna durante o dia, cochilo a tarde e rua a noite, sempre num bar, no Cinema, na casa dos amigos e da amigas também!!! em conversas que se estendiam pela madrugada a dentro, as vezes acordando ao lado de uma bela presença feminina fora de casa, em suma uma vida invejada por muitos.

Mas com o passar dos tempos e dos dias, esta mesmice, esta agenda de Jet-Set Tupiniquim foi se degradando, foi se tornando cansativa e enfadonha. Aos poucos, fui buscando cada vez mais emoção. Primeiro comprei um carro e o costumizei por completo, rodava pelos quatro cantos da cidade fazendo barulho e algazarras generalizadas. Não satisfeito troquei o carro por uma Moto versão Cross e andava mais em uma roda do que a maioria dos motoqueiros normais e que uma pessoa sensata faria.

Certo dia, ou melhor, certa noite, cansado de tudo experimentei um novo caminho na encruzilhada de minha vida, conhecendo o Pitomba, que tinha este apelido, na verdade a alcunha registrada nos Boletins da Polícia, pois sua mão era pesada para aqueles que não saldavam seus débitos com o mundo negro das drogas. Sim, eu disse drogas, de todos os tipos, sabores, tamanhos e intensidades, que levam você para todos os mundos, as sensações mais inigualáveis já vistas e pensadas, ou seja, a emoção que faltava na minha vida. Pena eu saber depois que certas sensações, assim como o amor, o tesão e a desilusão são efêmeras e destruidoras.

Este foi o início da minha nova vida, da fase destruidora da minha vida, na qual aprendi e por pouco não estaria aqui para contar a vocês semanalmente ou quando a memória me trouxer a tona estes dados infames e nojentos do que fiz em busca do prazer e da emoção.

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