Os Órfãos de Antonio Carlos

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Órfão é todo aquele, segundo o dicionário, que perdeu pai e/ou mãe ou alguém que lhe amparava, lhe protegia, orientava e guiava. Com o passar dos tempos o termo se modernizou e atualizou, nascendo o órfão cultural, profissional e até o órfão político.

Passados 20 anos desde que Antonio Carlos da Silva subiu ao poder, perfazendo 4 mandatos em Caraguatatuba além de 2 anos como Deputado Estadual, chegou a hora de pendurar as chuteiras como ele próprio anunciou, sob a alegação de ficar mais próximo da família e cuidar de seus negócios. Trata-se apenas de uma aposentadoria política e não empresarial o que parece ser difícil de acreditar, visto que o gosto pelo poder é difícil de saciar quando alguém o prova, mas para todos os efeitos o atual Prefeito vai tirar seu time de campo, deixando espaço para uma nova liderança política local.

Esta anunciada aposentadoria representa não apenas a abertura de espaço para uma nova liderança, mas o nascimento de uma imensa quantidade de órfãos políticos que ao longo deste período participaram do poder e com o final ficarão ao léu, sem eira nem beira, sem alguém que os oriente, que os proteja.

Quem se enquadra, na atual situação, como órfão de Antonio Carlos da Silva??? Podemos discorrer uma imensa lista; Amigos, simpatizantes, correligionários políticos, empresários e todos aqueles que juntos com o Prefeito movimentaram a cidade ao longo de seu período no poder. Juntos, ditaram regras, estabeleceram valores, praticaram o corporativismo empresarial controlando a economia local, política e até social, mantendo uma hegemonia, um grupo fechado e blindado que escreveu mais um capítulo na história desta cidade. Excetuando-se as páginas da história, vale a pena analisar qual o preço pago por tudo isso e quais as sequelas que virão ao final desta era.

Qual será o destino deste grupo após as eleições em outubro? Reunir forças visando manter um líder que irá dar continuidade hierárquica apenas ao antigo grupo é uma possibilidade. Procurar um novo líder com a intenção de manter a velha hegemonia é alternativa que não pode ser descartada. Por fim o velho estilo do “salvem-se quem puder” não é uma ideia ilusória, com a alternativa de ao final, unir derrotados e vencedores para continuar a saga do grupo blindado a partir de janeiro parece ser a atitude normal das pessoas deste restrito grupo.

Em suma este grupo é formado pelos chamados “amigos de ocasião”, que desfrutam do poder estando próximos ao líder ou ligeiramente afastados, mas integrados, participando de uma maneira ou de outra, das benesses do poder e da política.

Para finalizar falamos dos órfãos de Antonio Carlos e esquecemos o pai que ficará sem os seus “filhos”. Como será a vida sem o poder total sobre pessoas, instituições, grupos e máquinas? Para alguns é um momento difícil, uma nova fase de vida que poderá trazer cicatrizes difíceis de fechar. A ausência do poder para certas pessoas é como um Câncer terminal. É como se mais nada na vida bastasse ou existisse. Esperamos que a dedicação a família, principalmente aos netos e para sua vida empresarial, suplantem toda e qualquer amargura de uma vida pós-poder.

 

FOTO: Cena de “Os Dois e Aquele Muro”

 

 

 

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