Pandemia retrata a ineficácia da Educação em Caraguá

A Pandemia do Covid-19 paralisou as aulas na Rede Pública Municipal e Particular em Caraguatatuba, por temor pela vida das crianças e dos jovens. Recentemente o Prefeito vetou o retorno presencial dos alunos. Mais do que uma prevenção pela vida dos futuros cidadãos a Pandemia é o retrato nítido da ineficácia da Educação na cidade.

O Ano Letivo em Caraguatatuba está paralisado desde Março, devido a Pandemia do Covid-19. Como o Vírus contamina pelo ar e num ambiente escolar o que não falta é aglomeração, um Decreto Estadual paralisou tanto a Rede Pública Municipal com as Unidades Escolares Particulares. O tema deste texto se baseia na discussão sobre o retorno das aulas presenciais e os problemas decorrentes do plano alternativo para não deixar as escolas municipais sem ministrar o ensino necessário aos alunos da rede pública.

Neste texto vamos nos ater ao Ensino Público, pois o Particular tem uma melhor estrutura e ao que parece, estão atingindo as metas estipuladas neste período de Pandemia. Ao mesmo tempo basear este texto na rede pública é uma forma de fiscalizar o uso e gestão do Dinheiro Público.

Vamos iniciar traçando o cenário da atual situação da Rede Pública Municipal de Ensino. Caraguatatuba possui mais de 20 Unidades Escolares espalhadas pelo município, que vão das Creches ao Ensino Fundamental 1 e 2. As Creches pelo teor do que é ministrado não se incluem nestas linhas.

Com a ameaça do Covid-19 e a paralisação das aulas e consequentemente a Quarentena das crianças, as aulas diárias e presenciais foram trocadas por aulas on line ou através de apostilas distribuídas pelas escolas e confeccionadas pelos professores das respectivas matérias. A princípio a questão é de simples resolução: Seja pela Internet como pelas apostilas as crianças vão mantendo o nível de aprendizado e adquirindo o conhecimento necessário para no futuro, enfrentar o Mercado de Trabalho. Parece simples, mas na verdade não é.

O Universo da Tecnologia não se aproxima nem um pouco da realidade de nossas crianças e suas famílias. Se você percebe que todos usam celular, inclusive as crianças e que por causa disso, fica fácil ministrar ensino pelas Redes Sociais, está totalmente enganado. Como a maioria dos alunos em Caraguá pertencem as classes D e E, ou o celular da família pertence ao pai, que o usa o dia inteiro para o seu trabalho ou é de propriedade da criança ou jovem, que por não ter dinheiro, usa um aparelho pré-pago onde o máximo de recarga mensal não ultrapassa os R$ 10,00 e como usa as Redes Sociais, que são gratuitas, não tem crédito para acessar programas e sites, muito menos aplicativos direcionados para Vídeo Conferências.

Num caso como este você imagina então que o sistema de apostilas resolveria a questão. O pai ou responsável vai a escola, pega a apostila com a obrigação de devolver num determinado período. Esta alternativa seria simples e direta se os pais não cobrassem dos filhos a data de devolução. O resultado é que criança devolvendo por estes dias as apostilas de Março e Abril.

Voltando ao assunto Tecnologia temos diversos canais de comunicação pelas Redes Sociais que poderiam resolver, amenizar ou cumprir a missão de repassar conhecimento as crianças, mas de outra maneira, esta questão enfrenta outras questões e problemas. Como boa parte dos professores da Rede Pública Municipal de Ensino tem idade dos grupos de riscos e contam com Comorbidades em seu currículo de Saúde, o pensamento Conservador é a tônica deste grupo, que não aceita muito da tecnologia e tem repulsa de certos canais de comunicação, ou seja, não se assuste se a criação de um grupo de Whatsapp for sugerida numa reunião e algum professor mais velho achar que por aí abre-se uma brecha para marcar encontros com as alunas.

Como afirmamos o cenário da atual situação não é dos melhores, pois agregado a tudo isso os professores não receberam conhecimento voltado a informática, as Redes Sociais e obviamente como enfrentar problemas como o Covid-19. A liberdade dada pela Secretaria de Educação, que deixou para que cada Unidade Escolar resolvesse a questão ameniza o fato, ao invés de encontrar uma solução definitiva para o imbróglio.

Aproveitando que após a Pandemia haverá um novo normal as sugestões a seguir poderão tanto solucionar o assunto, bem como deixar a cidade preparada com uma nova opção para eventuais problemas com um novo canal a serviço da população.

Refiro-me a instalação de uma frequência de Rádio, no caso FM ou de transmissão via TV por UHF ou Digital por Parabólica, que abrangeria todas as famílias da cidade em opções que todos possuem, não importando a qualificação da renda mensal. Resolvida a questão estes canais poderiam ser usados como forma de alerta no município, bem como de mensagens institucionais ou acontecimentos diários. A primeira é a mais fácil e barata, sendo a segunda uma opção que demanda mais tempo e dinheiro, porém ambas são eficazes na transmissão de informação, dados e conhecimento a população.

A situação é extrema e pode ser contornada ou solucionada, basta pulso firme e um gerenciamento prático de ideias e recursos para o bem estar dos contribuintes, visando o momento atual, bem como crises futuras.

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