Uma Eleição marcante que fica para a História

Passada a tensão do pleito de 15 de Novembro, com os ânimos menos acirrados, a poeira assentada, mágoas e alegrias serenadas e com o retorno ao dia-a-dia em tempos de Pandemia, é hora de analisar o que foi a Eleição Municipal em Caraguatatuba, uma eleição marcante e que fica para a História Política da Capital do Litoral Norte.

Dos 11 Pré-Candidatos que esboçaram intenção de se candidatar ao cargo de Prefeito foi reduzido para nove já em Pré-Campanha e ao início da Propaganda Eleitoral foi reduzida para oito por ordem da Justiça Eleitoral e há dois dias da votação este número passou para sete, com a desistência de um dos candidatos em pró do segundo mais cotado nas Pesquisas Eleitorais.

Mas o que aconteceu para consolidar o resultado obtido pela preferência do Eleitorado local??? As razões são várias, as opiniões são múltiplas e as conjecturas inúmeras. Sabe-se apenas que os candidatos queriam a todo o custo a saída do atual grupo político, que causou a mais desastrosa gestão Político, Financeira e Administrativa da história de Caraguatatuba.

Por um lado favorável e outro desfavorável o Blog Contra & Verso acertou mais uma vez, quando há tempos vem afirmando que Mateus Silva seria o mais indicado para ocupar o lugar de seu pai, o ex-Prefeito Antonio Carlos da Silva, isso para o caso de sua aposentadoria oficial, e para reafirmar que ações políticas repetitivas não seriam bem encaradas pelos eleitores, a chamada “Piada sem Graça só é contada uma vez”.

Outro acerto da nossa Redação diz respeito ao candidato Dennis Guerra, o “Amigo Cão”, que foi o mais combativo adversário do atual Prefeito quanto aos deslizes Financeiros e Administrativos. Há tempos em nossa coluna Blogueando, afirmamos que Guerra não seria candidato ou se fosse, não chegaria ao final, recebendo por isso uma série de críticas e de nossa Redação a devida Tréplica. Dito e feito, alegando estar apoiando Mateus da Silva abandonou o pleito pedindo votos para o candidato Tucano.

Analisando esta eleição conturbada e com vários momentos jurídicos é bom esclarecer logo de início que os votos de Eduardo Stanellis não reelegeram o atual Prefeito, como foi comentado por alguns nas Redes Sociais, visto que se ele não fosse candidato os votos a ele dados seriam destinados aos outros candidatos concorrentes. No caso do Coronel aposentado o mesmo se apresentou como um “Bolsonaro Caiçara”, mostrando que o estereótipo do atual Presidente está em queda perante o eleitorado.

Mais do que forçar um semblante popular o seu afastamento da cidade e seu retorno por causa da eleição não conseguiram impressionar a população local, ainda mais quando declara numa Live que teria “Sobrado para ele” a candidatura a Prefeito este ano. Ainda sobre Stanellis, suas movimentações de Propaganda Eleitoral irregular mostrou ser um candidato afoito, o que desagradou o eleitorado.

Como Sand Pintor não conseguiu se candidatar por causa de problemas eleitorais com o seu vice, nada será comentado a respeito dele, mesmo que sua candidatura fosse mais um devaneio político do que a vontade de copiar o Prefeito de Colatina, no Espírito Santo.

Anderson Gueiros, com suas atitudes e gesticulações tresloucadas arrancaram sorrisos e a alegria dos contribuintes, sendo responsável pelo mais famoso Meme destas eleições, ao mencionar o atual Prefeito como “A Mãe da Mentira!!!”. Mal assessorado pelo partido sua presença no quadro é importante e necessária.

O advogado Álvaro Alencar Trindade mais uma vez tentou retornar a vida pública. Assíduo candidato nas últimas quatro eleições o ex-Vereador na década de 70 do século passado mantêm a linha de se apoiar nas velhas e tradicionais famílias da cidade para alavancar os eleitores na cidade. Pena que os “Quatrocentões” locais diminuem a cada dia e para os mais jovens e novatos moradores sua linha de ação não se adequa aos novos tempos.

Dadinho Fachini se fez de Fênix para tentar voltar a política local como uma Terceira Via. Afastado há mais de 40 anos da Política Caraguatatubense, neste período elegeu sua esposa Madalena Fachini como Vereadora e trabalhou para inserir a filha Alexandra Fachini, também baseou sua estrutura e linha de ação nas mais antigas e tradicionais famílias locais, buscando pessoas de destaque na Sociedade local porém sem destaque político, para conquistar a Prefeitura e vagas no Legislativo. Assim como Álvaro padeceu pela falta de estrutura financeira para organizar melhor sua campanha.

Aliás ao falar em Terceira Via, é bom frisar que nesta eleição haviam os eleitores que defendiam as ideias da Família Aguilar, as propostas da Família Silva e aqueles que não aceitam a continuação da “Política do Café com Leite Caiçara”, onde um integrante de cada família se alternam nos últimos 23 anos no poder do Executivo Municipal.

Quanto a José Melo, coube a ele manter vivo o nome do fragilizado Partido dos Trabalhadores, protagonista de inúmeros escândalos políticos e de corrupção nos últimos anos. Com um mínimo e fiel eleitorado, recebeu um número insignificante de votos e com certeza não será uma legenda que ameaçará outros candidatos nos próximos pleitos.

Chegamos agora a Mateus Veneziani da Silva. Primeiramente é bom frisar o seu nome não veio da escolha única de seu pai, mas sim de uma escolha do partido, visto que alguns nomes não mostravam a força necessária e outros eram preteridos pelos correligionários. Falar que Mateus foi indicado na última hora, assim como Gílson Mendes foi anunciado próximo ao pleito de 2016 é reafirmar que Antonio Carlos é um excelente Empreendedor e um péssimo estrategista político, pois o mais óbvio neste caso seria inserir Mateus logo no início como vice, com o pai como candidato que teria a sua candidatura ameaçada. Caso a inelegibilidade fosse confirmada, haveria a troca de função e a indicação de um novo vice.

Outro ponto que deve ser levantado trata da preparação de Mateus para enfrentar a campanha e seus sub títulos. Mensagens jovens em demasia, a falta de uma melhor demonstração dos problemas da atual gestão e a citação em demasia do pai ex-Prefeito devem ser levadas em conta, juntamente com a falta de um maior enfrentamento nos debates e do conhecimento dos problemas e do passado administrativo da cidade.

Finalizamos com o atual Prefeito que foi reeleito. Ao que parece os candidatos subestimaram a combalida Máquina Administrativa com o desastroso candidato. Com uma teia bem armada, com os motivos que todos conhecem, Aguilar Júnior contratou uma equipe de Marketing de primeira linha, preparou-se com os seus problemas e questões do passado, apresentou, mesmo que ilusórias, razões para seus trabalhos, prejuízos e conquistas, reuniu um conglomerado de partidos e de candidatos a Vereador, que de forma miúda contribuíram com os votos necessários para a sua vitória.

Mais do que erros e acertos, modernidade e tecnologia as Eleições Municipais deste ano mostraram que a Velha Política, a Política das pessoas e não das ideologias continua forte e marcante e que as mudanças não surgirão agora, ou melhor, vão demorar muito ainda para se impor, seja pelos políticos, seja pelo eleitorado, o principal protagonista de todo este enredo.

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