Uma Reflexão sobre a Eleição em Caraguatatuba

As Eleições Gerais de 2018 no seu primeiro turno em Caraguatatuba escreveram mais uma página na história da política local. Mais do que a constatação do desejo popular os votos dados aos candidatos participantes e a demonstração de força e poder de seus apoiadores, os resultados do dia sete de outubro são o preambulo das eleições seguintes, não o segundo turno do pleito Presidencial, mas sim as Eleições Municipais de 2020.

É dever de todo jornalista enxergar além das linhas, visualizar o que realmente as letras querem dizer e interpretar da melhor maneira o que os resultados mostram. Com o advento das eleições bienais no Brasil, todo resultado constatado está diretamente ligado a eleição seguinte, relacionando uma a outra na sequência.

Até o fechamento deste texto o Cartório Eleitoral em Caraguatatuba já havia computado mais de 7.200 justificativas e as estimativas falam em mais de 10 mil elaboradas apenas no primeiro turno das Eleições Gerais de 2018, o que significa um grande aumento no eleitorado para 2020 nas Eleições Municipais que obrigatoriamente será Biométrica, visto que muitas destas justificativas são de moradores que ainda não transferiram o seu Título de Eleitor, além de Turistas e Veranistas que preferem se privar da sua obrigação cívica e aproveitar este “feriado” a beira-mar. Uma alternativa seria a de incentivar os Veranistas a transferirem seus Títulos e os Turistas a justificar na praia, mediante descontos especiais nos hotéis e restaurantes.

Se faz por bem frisar que o Recadastramento Biométrico na cidade terá início em cinco de novembro no Cartório Eleitoral, que funciona de segunda a sexta das 12 às 18 horas, devendo o eleitor se dirigir ao local munido do Título de Eleitor, comprovante de residência e um documento com foto ou então, agendar sua visita no site do TRE, www.tre-sp.jus.br 

As abstenções são outro detalhe a ser estudado e analisado com carinho, pois retratam a ira do morador local para com os candidatos que disputavam os seis cargos este ano. A porcentagem em torno dos 24% mostra que os candidatos deveriam apoiar suas campanhas nas reais necessidades da população e seus profissionais de marketing ou consultores políticos em mensagens mais diretas e de melhor entendimento, evitando assim uma abstenção de igual volume.

Os votos Brancos e Nulos se mantiveram na média de três a cinco, chegando ao máximo de 10%, com exceção dos votos nulos para Senador, que chegaram a astronômica cifra de aproximadamente 30% de votos nulos, demonstrando claramente que estes dois candidatos eram praticamente desconhecidos dos eleitores. Outro fato diz respeito aos votos de legenda, que variaram de três a mais de cinco por cento, retratando que a predileção pelos partidos acima dos candidatos continua, mesmo que numa pequena proporção.

O fato da maioria do eleitorado ser feminino não impediu que a maior parte dos votos fosse direcionado as candidatas, que tiveram um real aumento quantitativo mas não receberam a contrapartida em votos das eleitoras, perfazendo a máxima de que mulher não vota em mulher e nem todo homem faz o mesmo.

Quanto aos candidatos, sejam homens ou mulheres e seus apoiadores há velhos dogmas que precisam de esclarecimento e seus respectivos relacionamentos colocados a público. A falta de união das lideranças políticas da região em torno de um nome para representar o Litoral Norte torna comum o aparecimento dos chamados “Paraquedistas”, candidatos a cargos como Deputado Estadual e Federal que surgem vindo de suas regiões de origem com a única e nítida intenção de captar votos para sua eleição ou reeleição. Esta atitude é vista como tradicional e corriqueira, mesmo com o Litoral Norte tendo eleitorado para eleger Deputado tanto Federal como Estadual, nos anos de Eleições Gerais, tendo em vista a Legislação Eleitoral não conter o Voto Distrital.

Estes Paraquedistas, que surgem aos borbotões em tempos de eleição vem sempre com uma velha proposta; A de pedir que um líder político regional capte votos para ele com a contrapartida de dar-lhe sustentação nas eleições municipais seguintes, que ocorrem 24 meses depois. É nessa hora que as lideranças são postas a prova. Tendo em vista isso, não se pode dizer que um apoiador que capte uma grande quantidade de votos tenha sucesso nas eleições municipais seguintes, bem como o contrário, ou seja, se um Vereador captou muitos votos para um Deputado Estadual ou Federal não significa que será um campeão de votos na sua campanha de reeleição, bem como alegar que a não eleição de um candidato marcaria como certa a derrota do apoiador.

Como já dissemos os votos para Presidente retratam o desejo popular por mudanças rápidas e as vezes, drásticas. Os votos para Governador vieram do trabalho feito nos últimos 16 anos na cidade e a maioria dos candidatos a Deputado Estadual e Federal tinham por objetivo a busca de visibilidade visando o pleito dos próximos 24 meses. Este é um pouco do que devemos esperar para 2020, onde os apoiadores aparecerão como candidatos, colocando a prova seus dotes para obter votos.

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