A questão política envolvendo o Covid-19

Em texto anterior abordamos o choque de ideias entre Comerciantes e membros da Saúde Pública com respeito a Pandemia do Coronavirus ou Covid-19 como é chamado internacionalmente, onde a falta de bom senso e da conciliação entre as partes tem gerado mal estar que está longe de uma solução. Nestas linhas vamos abordar as ações políticas desencontradas que também não favorecem em nada um denominador comum para o caso.

As ações políticas realizadas nos três níveis; Federal, Estadual e Municipal, ao invés de resolver a questão e dar um pouco mais de tranquilidade à população tem conturbado o cenário nacional, deixando a situação ainda mais instável, sem que nenhum dos lados veja uma luz no fim do túnel.

Iniciando pelo Governo Federal, onde o Presidente não se entende com o seu Ministro da Saúde, que por sinal vem fazendo um trabalho estupendo no combate ao Covid-19. Por falar o que lhe vem a cabeça o Presidente comete alguns deslizes, como chamar o Coronavirus de “gripezinha” e ao desrespeitar as orientações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, quando vai às ruas, cumprimenta eleitores, não usa máscara e não se distancia das pessoas por pelo menos 1,5 metros.

Se o Governo Federal, ou melhor, o Presidente peca pela falta, o Governo Estadual peca pelo excesso, o que no final das contas é mais salutar. Ao decretar o fechamento por tempo determinado de Comércios não essenciais, João Dória desencadeia um Tsunami na Economia Paulista mas por outro lado está tentando salvaguardar os contribuintes de São Paulo, estado que tem o maior número de casos confirmados e de mortos e por consequência, a sua estabilidade política, pois ser acusado de Governador Assassino, ou aquele que não deu a devida importância e relevância ao fato, se os casos se alastrarem na velocidade da luz é algo que certamente ele não deseja no seu currículo, principalmente em ano de Eleição Municipal.

No âmbito Municipal a situação não é diferente. A Prefeitura de Caraguatatuba seguiu a mesma direção do Palácio dos Bandeirantes e decretou o fechamento dos estabelecimentos comerciais não essenciais, exigindo restrição dos essenciais. A medida não foi bem aceita, resultando numa carreata na porta do apartamento do Prefeito, o que teria causado mal estar em sua família e provocado rumores de que o Decreto Municipal seria relaxado, fato esse confirmado pelo Radialista João Roberto Forlim, num áudio vazado nas Redes Sociais, que gasta o seu precioso tempo de programa rechaçando o confinamento e orientando um anunciante a segui-lo. No final das contas não houve relaxamento do Decreto, o Prefeito chamou os manifestantes de Covardes e o Radialista provou que joga contra a Saúde Pública e o bem estar de seus ouvintes.

Ao final do primeiro período, quando se aguardava modificações no Decreto Municipal o Prefeito resolveu seguir fielmente o Decreto Estadual, para em seguida promover ações de apoio aos trabalhadores informais e depois de muita insistência, aos alunos da Rede Pública Municipal de Ensino, como forma de suavizar o caos econômico que virá como sequela do Covid-19.

Não podemos esquecer que tentativas foram feitas para tentar barrar Turistas e os que teimam em desrespeitar as regras vigentes. As ações foram do bloqueio da Tamoios a Barreira Sanitária, todas elas vetadas pela Justiça. Outro caso relativo ao fato e barrado na Justiça foi contra a empresa Queiróz Galvão, que está realizando as obras da Nova Tamoios. A construtora teria avisado que caso as obras fossem paralisadas, pelo menos 1.500 pessoas seriam demitidas.

Mas o principal problema a ser debatido na cidade foi a decretação do estado de Calamidade Pública na Saúde no município, o que dá amplos poderes ao Chefe do Executivo de comprar sem Licitação e a possibilidade de conseguir verbas Estaduais e Federais. Sabe-se que vários profissionais da Saúde na cidade estão infectados e que faltam EPIs – Equipamentos de Proteção Individual – e certamente a Calamidade Pública possa ser a alternativa de consegui-los, o que é contestado por alguns Vereadores, que deverão acionar o Alcaide na Justiça por seus atos impensados. Aliás, a Câmara, através do Vereador Fernando Cuiú se manifestou nas Redes Sociais pedindo uma solução de consenso, onde todos os comércios poderiam funcionar com restrição na quantidade de consumidores a serem atendidos. A medida é viável, mas teme-se que a falta de bom senso da população possa desencadear um resultado pior.

Pelo que vemos, seja no jogo de ideias como nas ações políticas, não há um meio termo que possa amenizar o impacto do Confinamento Social, aliado as pessoas que desrespeitam regras e orientações. Resta esperar o fim deste tormento e tentar reparar as sequelas que porventura virão dela.

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