Ser Pescador no Litoral Norte é enfrentar desafios

O Pescador é o trabalhador que tira o seu sustento e o alimento de muitas famílias através da Pesca, ou seja, da retirada de Peixes e outros seres Marinhos, seja do mar como dos rios. Em Caraguatatuba, assim como em todo o Litoral Norte a extração de peixes vem do mar e é praticada de forma Artesanal. Longe de todo o Folclore da profissão os Pescadores ainda padecem de apoio do Poder Público, seja no âmbito Jurídico como no estrutural.

A Pesca Artesanal no Litoral Norte é feita através de barcos, com linhada e redes que são fixadas em pontos chaves das baías das respectivas cidades. Sujeito as intempéries do clima e as agressões cometidas pelo homem contra a natureza, os Pescadores enfrentam sérios problemas para manter a sua produção diária e por conseguinte, o seu sustento.

No quesito Jurídico os Pescadores tem lutado para reverter as Instruções Normativas do IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – de número 166 de 18 de Julho de 2007 que proíbe as redes boiadas e outras da SUDEPE – Superintendência de Desenvolvimento da Pesca – sobre a pesca do Camarão sete Barbas e do Ministério do Meio Ambiente sobre o ordenamento da pesca com redes de emalhe.

Estas deliberações valeram a tentativa dos pescadores de São Sebastião em realizar uma manifestação, que foi cancelada devido ao mal tempo, quando o Prefeito Felipe Augusto irá desenvolver os esforços necessários para tentar solucionar, junto aos órgãos federais.

 

Mas este é apenas a ponta do Iceberg, pois os maiores problemas dos Pescadores no Litoral Norte diz respeito a estrutura e a outros pescadores, os que praticam a Pesca de Arrasto. Vindos na sua maioria de Santa Catarina, grandes barcos com enormes redes de trama pequena, extraem do mar todo o tipo de pescado, que poderia muito bem ser extraído pelos pescadores de nossa região. Não existe uma fiscalização atuante que obrigue estes pescadores a pescar em alto mar e não nos limites dos nossos pescadores artesanais.

Em Caraguatatuba uma boa ajuda tem sido dada, com a recente inauguração do Entreposto de Pesca na Ponta do Camaroeiro, feita pela Prefeitura na gestão do Prefeito Aguilar Júnior, dando estrutura, um melhor serviço e maiores condições, tanto para o Pescador como para o comprador do pescado nosso de cada dia.

Porém falta mais. Nos idos dos anos 1992 o Veterinário Valter Tavares, mais conhecido como Valter Cão, levou ao Prefeito da época, Sidney Trombini, o projeto de criar e colocar na baía de Caraguatatuba, localizada na praia do centro Cubos de Concreto vazados, os chamados “Arrecifes Artificiais”, que vão agregar vida marinha e por consequência, a produção pesqueira na cidade. Nestes cubos as algas e vida marinha de toda espécie farão moradia e dando alimento para os peixes, que por ali irão se fixar, cruzar e aumentar a sua prole. Infelizmente o processo não teve continuação e se perdeu, foi esquecido ao longo dos anos.

Segundo estimativas primárias a produção pesqueira em Caraguatatuba sofre uma redução anual em torno de oito por cento, o que encarece a produção e resulta em preços mais altos na venda ao consumidor. É bom frisar que as Colônias de Pescadores existentes na região foram uma antiga iniciativa do Governo Federal, com o apoio das Prefeituras do Litoral Norte, sendo fato que isto não é o bastante, pois falta mais, muito mais.

A Pesca Artesanal, além de trazer dividendos para o Pescador, é uma opção barata para o morador local, o Turista e o Veranista, bem como pode ser articulada como forma de Turismo, seja pela observação, pesca esportiva ou na parte cultural, como forma de disseminação da cultura pesqueira na cidade.

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