*Maíza Gaspar
Depois de conhecer o TAJ MAHAL, e de vivenciar a história de amor que atravessou o tempo por milênios, tendo encantado os meus olhos pela sutil beleza do jardim projetado para eternizar o amor, partimos para um novo lugar, onde as buzinas, os tuk tuks, a língua diferente, as vestimentas coloridas e sabores deram lugar a uma grande reflexão sobre minha vida.
Chegamos ao entardecer em VARANASI e pela janela do ônibus que nos conduzia cidade adentro pude observar tamanha era a sujeira, a pobreza explicita, a falta de estrutura urbana, e as ruas fedorentas, casas sem muro, mal acabadas como favelas a céu aberto, porém Deus emoldurava no céu um lindo pôr do sol que chegava a ser incongruente essa cena bucólica: o feio e o belo na mesma paisagem. A dualidade, lado a lado. Talvez fosse um reflexo de como eu estava me sentindo nesse momento.
Porém tudo mudou ao chegarmos num suntuoso hotel e sermos recepcionados com muito luxo e reverencia. A índia é um país repleto de encantos e maravilhas nunca vistas noutro lugar e que fascinam os turistas do mundo todo. Suas cores vibrantes, a diversidade cultural e tradições únicas fazem desse país um destino imperdível para os viajantes que estão em busca de experiências únicas e autenticas. É de fato um contraste mágico, e tudo aconteceu com a surpresa que me aguardava às margens do Rio Ganges.
É a cidade mais antiga do mundo, considerada sagrada por ser o centro espiritual para os hindus, atraindo milhares de peregrinos todos os anos, durante os vários festivais de yoga, rituais, cânticos que fervilham nas ruas e culminam com uma cerimônia diária nos ghats, (escadarias), onde também acontecem as cremações. Nestas escadarias que levam ao rio Ganges, são locais consagrados, de reverencia ao por do sol – através dos rituais “Aarti”.
Varanasi é famosa por seus mercados, onde você pode apreciar as iguarias típicas, roupas, objetos, esculturas e sementes sagradas que se transformam em japamalas. A culinária local é rica, amei experimentar o gulab jamum e o thandai, embora nossa guia houvesse proibido comer fora do hotel por questões higiênicas, óbvias.
Participamos ao nascer do sol de uma cerimônia culturalmente rica, dentro de embarcações típicas, e de longe, víamos e sentíamos o vento e a fumaça elevando aos céus a energia desprendida dos crematórios 24 hs .
Tudo que vivi nestes dias que estive em Varanasi me transformou espiritualmente e o véu de maia caiu por terra, numa experiência inesquecível.
* Maíza Rodrigues é Advogada e Procuradora na Prefeitura de Caraguatatuba, especializada nas questões ambientais e da Criança, além de amante dos Animais. Posteriormente transformou-se em conhecedora do Mundo Holístico, Místico e Terapêutico através dos seus vários segmentos. Com a sua coluna quer mostrar o outro lado das viagens de Turismo.