O franco favorito das Eleições Municipais em Caraguatatuba este ano, o ex-Prefeito Antonio Carlos da Silva desistiu no último Sábado de concorrer ao cargo de Prefeito para o Quadriênio 2025/2028, devido a problemas com a Justiça. Em seu lugar entra o filho Matheus Veneziani, que irá concorrer com Sérgio Braz a Prefeito, repetindo a chapa de 2020. Almejada por alguns, esperada por muitos a renúncia traz como sequela indecisão, vitoriosos e derrotados.
A Renúncia de Antonio Carlos da Silva se baseia no processo da Nutriplus diz respeito a contratação, pelo período de 3 meses, de empresa para a produção da Merenda Escolar durante um de seus mandatos como Prefeito de Caraguatatuba. Antonio Carlos alega que houve economia para o Erário Público, porém o Judiciário não concordou com suas alegações, mesmo com um laudo que comprovou economia à Fazenda Municipal.
Este processo resultou na decisão da Justiça em condenar o ex-Prefeito a perda de seus Direitos Políticos por 8 anos. A pena estava sendo cumprida até que em 2022 Antonio Carlos conseguiu uma Liminar para se candidatar a Deputado Estadual, nas Eleições Gerais, Liminar esta que foi revogada em 2023.
Com base nisso e para todos os efeitos ficaram faltando 391 dias para o cumprimento da pena, o que o impede de se candidatar para a Prefeitura nas Eleições Municipais deste ano e muito menos o de se filiar no PSD – Partido Social Democrata, que ocorreu numa grande festa política.
Era voz corrente na cidade que ele não conseguiria o Registro de Candidatura, porém todos os outros candidatos aguardavam ansiosos a decisão da Justiça, com base nos pedidos de Indeferimento da parte do Ministério Público, do candidato Baduca Filho e da coligação a qual ele está ligado, protagonizada pelo PL – Partido Liberal.
Antonio Carlos lutava não apenas por uma decisão judicial favorável, mas também contra o tempo, o seu maior inimigo, para saber qual rumo deveria tomar, o de manter a campanha no ritmo e com os índices que conquistara ou o de indicar o seu filho Matheus Veneziani e brigar com o pouco tempo que resta para convencer o eleitorado que o herdeiro é a melhor opção.
Fontes nos confidenciaram que caso não houvesse uma decisão favorável até sexta-feira dia 6 de Setembro, que ele iria desistir e passar a vaga para Matheus, fato esse acabou ocorrendo um dia depois e declarado publicamente durante uma caminhada de bairro no Sábado pela manhã e compartilhado nas Redes Sociais.
Num Vídeo gravado no mesmo Sábado Antonio Carlos se diz injustiçado e traído pela Justiça e a seus interlocutores mais próximos, mesmo passando a vaga para Matheus, continuará com seus recursos na Justiça Comum e Eleitoral para buscar e provar a sua inocência.
O seu pedido de Renúncia já foi protocolado e constando no Cadastro do TRE – Tribunal Regional Eleitoral, aguardando a inscrição, documentação e aprovação do nome de Matheus Veneziani.
Em texto anterior o Contra & Verso já havia advertido que com a saída de Antonio Carlos a disputa eleitoral pela Prefeitura fica mais equilibrada, tendendo uma polarização entre os candidatos Baduca Filho e Neto Bota, com um ínfimo crescimento das candidaturas de Eduardo Stanellis e Fábio Ferreira e a consequente terceira colocação, pelo menos para o momento, de Matheus Veneziani.
Analistas Políticos de plantão, Comentaristas e palpiteiros em política, além da famosa Rádio Peão dizem que mais uma vez o ex-Prefeito colocou o seu filho na fogueira, assim como Daniel na Cova dos Leões, onde vai precisar de muita oração para reverter a situação e se colocar como franco favorito, assim como o pai ex-Prefeito. Quem viu o Vídeo compartilhado nas Redes Sociais quando o ex-Prefeito informa que o filho irá ocupar o seu lugar, deve reparar nas feições de seu rosto, sem nenhuma reação, podendo ser interpretado como desolação.
Na Redação do Contra & Verso a opinião é a de que Antonio Carlos deveria ter tomado a seguinte estratégia: Divulgar a chapa com ele para Prefeito e Matheus para Vice, colocando o Advogado e Fiel Escudeiro Sérgio Braz em stand by, como Coringa. Caso seu registro vingasse, haveria a troca de Matheus por Braz, caso não, Braz entraria do mesmo jeito como Vice, com Matheus subindo para Prefeito. Segundo apuramos esta estratégia não poderia ser tomada, pois o Podemos, partido que apoia o ex-Prefeito colocou como condição sine-qual-non ter um Vice da legenda. Reiteramos que a situação era litigiosa e de qualquer maneira Antonio Carlos iria cumprir o prometido.
Esta estratégia tem por objetivo manter viva a figura de Matheus na campanha e não apenas como o filho querido, pois é público e notório que por pelo menos 3 meses Matheus sumiu da Pré-Campanha do pai, com o eleitorado centrando o foco no ex-Prefeito.
A principal tarefa agora será o de colocar Matheus no páreo. Obviamente ele não é mais um ilustre desconhecido como em 2020, porém o seu maior inimigo é o tempo, os dias que antecedem o pleito em 6 de Outubro e nisso está incluído modificar todo o material de campanha físico e eletrônico, além da adequação das ideias e propostas de Antonio Carlos para Matheus Veneziani.
Uma antiga regra do Marketing Político e Eleitoral diz que um líder não consegue passar mais do que 30% de seus votos para o seu indicado. No caso de Antonio Carlos isso não aconteceu em 2020 e se repetir em 2024 a Polarização já citada cai por terra, engarrafando e congestionando o pleito.
Ao final a decisão de renunciar do ex-Prefeito leva indecisão para alguns eleitores quanto a manter o voto do pai no filho, a vitória de seus adversários, como Felipe Augusto, que apostavam na sua inelegibilidade e terão uma disputa mais leve e como derrotados todos aqueles que tinham como certa a vitória de Antonio Carlos nas urnas.