Consumo do vinho está caindo no berço da bebida

*Stefan Massinger

Quando o consumo por pessoa no Brasil, que tradicionalmente era baixo por décadas, finalmente passou a marca de 2 litros nos apreciadores fomos felizes. 2022 estamos distante dos fantásticos números, que o período da pandemia nos trouxe, mas ainda podemos constar, que vinho está ”on”, está a bebida da moda e está cada vez mais integrada no dia a dia da culinária brasileira. Nacionais quanto importados.

Mas este fato nem será mais noticia, poruqe já sabemos e inclusive nesta coluna várias vezes elaborei alguns aspectos desse crescimento. O que me chamou atenção foi uma artigo, que achei na “La Revue du Vin de France” – onde a machete diz, que o consumo de vinho na França está em decline desde 2011. OI? O que? Os franceses ,uma das maiores nações da eno-cultura, da exportação de vinho, produtores de champagners, Bordeux e outras maravilhas estão cada ano consumindo menos vinho? Como assim? O que aconteceu?

Vamos ver, mas o relatório consta, que o consumo de vinho tinto na França caiu um terço desde 2011. Apenas 29% dos jovens consumidores ainda gostam de vinho. Chocante, porque a nova geração sempre prometeu a continuidade do consumo, até trazendo inovações no setor.

O consumo de vinho tinto na França caiu 32% desde 2011 então. Esse foi o resultado de uma investigação da consultoria Kantar. Assim, o consumo de vinho no país caiu significativamente globalmente, mas especialmente o de vinho tinto. Os mais jovens, em particular, bebem menos vinho: na faixa etária de 19 a 35 anos, o número de consumidores de vinho tinto caiu 7% na última década. Isso pode ser devido a uma mudança nos hábitos alimentares. O vinho tinto é, portanto, percebido como parte da cultura de mesa – especialmente como acompanhamento de carne vermelha. No entanto, o consumo de carne na França caiu 12% entre 2008 e 2018, de acordo com um estudo do Centre de Recherche pour l’Étude et l’Observation des Conditions de Vie (CRÈDOC). Além disso, bebe-se menos vinho à mesa.

Segundo a empresa de pesquisa Wine Intelligence, pessoas na faixa etária acima de 55 anos bebem vinho no dia a dia. Os consumidores mais jovens só o abrem em ocasiões excepcionais, como refeições comemorativas ou festas. No entanto, eles estão dispostos a pagar mais por isso. No grupo dos 18 aos 24 anos, 42 por cento preferem outras bebidas ao vinho. Apenas 29 por cento deles dizem gostar do sabor do vinho. Muitos deles evitam vinhos tânicos e amadeirados, preferindo vinhos leves, com baixo teor alcoólico e sabor mais frutado.

É a segunda má notícia este mês para o setor vitivinícola francês. No início de novembro, um relatório da Agência Ambiental Europeia (EEA) constatou que a França sofreu as maiores perdas econômicas com as mudanças climáticas de qualquer país do mundo. Tempos difíceis para os tão famosos “chateaus” franceses, que produzem verdadeiras pérolas engarrafadas. Algum palpite como inverter a situação? Parece, que os próprios franceses estão na busca dessa formula mágica. Vou ficar de olho neste assunto e continuarei relatando assim que algo interessante aparece.

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo Master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, responsável para gestão de pessoas e vendas. Também já trabalhou com venda de vinhos e atua também como consultor independente de negócios.

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