Dependentes Químicos encontram esperança em reuniões de Ajuda Mútua

*Por Marcelo Veríssimo

 

A pandemia da Covid-19, que mudou as configurações das relações humanas em todo o planeta, mostrou sua face mais cruel no relacionamento do ser humano com ele mesmo e, por consequência, com os outros ao seu lado. Durante todo este período, a incerteza acarretou em tristeza, dor e transformação no cotidiano de muita gente no Brasil e no mundo, por diferentes motivos.

Prova disso é que o Ministério da Saúde registrou um aumento de 20% na procura de pacientes somente no ano passado em hospitais públicos, que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde). São pacientes que, além da Covid, enfrentam uma doença tão cruel, severa e que assim como a Covid também pode ser fatal: a dependência química e suas comorbidades, que podem ser desencadeadas pelo abuso de substâncias entorpecentes.

Para quem busca ajuda, o Litoral Norte conta com uma rede de clínicas de reabilitação, psicólogos e terapeutas. Mas, para esta coluna de lançamento no “Contra & Verso”, conhecemos as chamadas reuniões de mútua ajuda, nas salas de recuperação, que são voltadas exclusivamente para os dependentes químicos, ou como eles se autodenominam adictos. “Adicto é uma pessoa, não importa se homem ou mulher, cuja vida foi controlada pelas drogas. Adicção, terminologia derivada do latim, é uma doença que, para nós, afeta todas as áreas da vida sendo física, mental e espiritual com fins fatais”, disse um dos integrantes da irmandade de Narcóticos Anônimos, que para preservar sua identidade, vamos manter seu anonimato. “Somos anônimos, não somos secretos. Estamos aqui para levar a mensagem que qualquer adicto não importando sua raça, classe social, sexo, preferência sexual, quais drogas usou pode parar de usar drogas, perder o desejo de usar e encontrar uma nova maneira de viver”, ele completa.

Além destas reuniões, também encontramos reuniões das chamadas irmandades paralelas do Amor-Exigente, voltada aos familiares, Alcoólicos Anônimos, entre outras. Em N.A, segundo o seu subcomitê de IP (Informação ao Público), existem reuniões acontecendo em praticamente todos os dias da semana, nas quatro cidades do litoral, preferencialmente sempre a partir das 20h, com duração de aproximadamente 2 horas. “Para encontrar uma reunião, basta acessar o site www.na.org.br ou ligar para a Linha de Ajuda 0800-8886262, para obter mais informações”.

Com a vacinação contra o Coronavírus em andamento, as reuniões presenciais, aos poucos, vão retornando aos grupos que seguem todos os protocolos de segurança sanitária, previsto pelas autoridades. No Litoral Norte, de acordo com N.A, são cerca de 16 reuniões semanais que recebem e acolhem qualquer pessoa que tem ou acha que tem problemas com drogas. Não tenha receio, vá conhecer, procure um grupo!

Endereços das reuniões no Litoral Norte:

Ilhabela – Rua Antônio Lisboa Alves S/N, Entrada Lateral pelo estacionamento da igreja, Centro/Vila.

Travessão – Rua Maximiliano Coelho Neto, nº 100, Caraguatatuba, referência: CIASE

Centro – Rua Jorge Burihan, nº 30, Jardim Jaqueira, Caraguatatuba, referência: CIAPE.

Morro do Algodão – Rua São Miguel, nº 1382 sala 2, Caraguatatuba, referência: próximo ao Supermercado Cruzeiro.

Maranduba – Rua do Eixo, nº 940, Ubatuba, referência:  igreja, em frente ao açougue.

São Sebastião – Rua Nossa Senhora da Paz, nº38, centro, referência: Casa da Associação de Amparo à Mulher Sebastianense (AAMS).

Ubatuba – Rua Paraná, nº 257, centro, referência: próximo ao tubão, Casa dos Conselhos.

 

* Marcello Veríssimo, 41 anos, é jornalista no Litoral Norte de São Paulo. Formado pela Universidade do Vale do Paraíba, em 2001, passou por praticamente todos os jornais impressos, revistas e portais de notícias da região, incluindo o extinto “Vale Paraibano”, em São José dos Campos.

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