Espanha reclama de falta de mão de obra nas vindimas

*Stefan Massinger

Mais uma vez vou escrever sobre a península Ibérica, esta vez sobre acontecimentos na Espanha. Conforme um relatório do winenews, trabalha não falta na Espanha. A colheita começou no início de agosto em Montilla e Aguilar de la Frontera (província de Córdoba) e nas Ilhas Canárias, em Penedés e Costers del Segre. Assim como na Itália e na França, as vinhas aqui sofrem com o grande calor e a seca persistente. Os volumes de colheita são estimados pelas cooperativas e associações agrícolas do país em cerca de 42 milhões de hectolitros – mas depende muito se as videiras têm que continuar com sede ou se há chuvas significativas.

A escassez de mão de obra é ainda mais preocupante para as vinícolas espanholas. Os vinicultores esperam que cerca de 15.000 trabalhadores da colheita vão para a França nas próximas semanas. Lá, os salários de cerca de onze euros por hora são três euros mais altos do que na Espanha.

Estamos observando um fenômeno, que existe sempre no mercado livre. A oferta e demanda de mão de obra, principalmente no setor agrícola. Muitos destes trabalhadores, que ajudem na vindima trabalham apenas durante a campanha da colheita, tipo freelances. Sendo assim o vínculo com o trabalho nas parreiras é meramente ganhar dinheiro e mirar maximizar este ganho, recebido com muito suor e dedicação. Em outros anos sempre havia falta de trabalho, não apenas no setor agrícola, mas também em outros setores, que deixou os salários, e também os salários para os freelances bem baixo. Porque, o trabalhador, que não concordou foi rapidamente e facilmente substituído por alguém, que estava procurando trabalho. Mas isso mudou, turismo, gastronomia e hotelaria sofrem muito por falta de mão de obra.

Atualmente no age de verão, faltam garçons, recepcionistas, chefs e auxiliares em muitos países europeus. Parte desta falta é porque por décadas turismo e também o setor agrícola pagou muito mal. E além de pagar mal, exigiu muitas horas “ralando”. Com a mudança do mercado, os trabalhadores podem escolher onde trabalhar e claro, optam pelo salário mais alta, trabalhos menos exaustivos, e idealmente os dois.

Agora certas regiões sofrem mais deste efeito, porque para muitos trabalhar na Espanha ou na França é uma questão de “tanta faz” – porque a maioria destes trabalhadores são romenos, búlgaros e de outros estão do Europa de leste. Sendo assim, estarão fora da casa por uns meses de qualquer jeito, sendo isso no sul ou no sudoeste da Europa.

Veremos como esta situação se resolve – mas eu acho simplesmente, mais uma vez, as regras básicas de mercado vão resolver este problema. As vinícolas terão de pagar mais, para ter mão de obra suficiente para fazer a colheita e vindima dos vinhos. Agora não é difícil de adivinhar qual efeito isso vai ter para o consumidor final, não é? – Certo, caros leitores – os vinhos espanhóis serão mais caros também, a partir de ano que vem com certeza. Mas provavelmente par se prevenir já este ano…Como na semana passada, fica minha dica – melhor abastecer a sua adega agora…

 

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, responsável para gestão de pessoas e vendas. Também já trabalhou com venda de vinhos e atua também como consultor independente de negócios.

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