Imaturidade combatendo efeitos negativos das mudanças climáticas

*Stefan Massinger

Já escrevi 2 vezes sobre aspectos de mudanças climáticas na nossa planeta e os efeitos, que também geram efeitos na produção / plantação do vinho. Mas existe esperança, que a tecnologia do agro vai superar os desafios. Um caminho, recentemente detectado é a “imaturidade” e não estou me referindo Á Greta Thurnberg e os protestos dela para gerar mais atenção de um problema sério, que devemos tratar com toda prioridade. Voltando ao vinho – A mistura de vinhos de uvas colhidas em diferentes estágios de maturação pode reduzir o impacto negativo das mudanças climáticas na viticultura. Cientistas da Universidade Espanhola de Múrcia descobriram isso em um estudo. A qualidade sensorial dos vinhos pode ser aumentada pela cuvetagem, pois melhora a cor, os aromas frutados e o paladar. Nos últimos anos, o aquecimento global resultou em uma mudança no desenvolvimento fisiológico das videiras e uvas, encurtando o tempo entre a maturação e a colheita e afetando a ligação entre a maturação fisiológica e fenólica nas uvas. Isso afeta particularmente a viticultura nos países mediterrâneos.

O estudo publicado, portanto, do desenvolvimento de uma estratégia para reduzir o teor alcoólico dos vinhos sem alterar – ou mesmo melhorar – sua composição fenólica, cor e parâmetros aromáticos. No processo apresentado, uvas verdes fermentadas são usadas para produzir um vinho de alta acidez e baixo teor alcoólico. Este vinho foi misturado com vinho produzido a partir de uvas da mesma vinha com ótima maturidade fenólica. O objetivo da pesquisa era produzir vinhos com maior concentração de fenóis e antocianinas (cor mais intensa), alta acidez e menor teor alcoólico.

Os resultados mostram que um vinho de base feito com uvas verdes e totalmente maduras tem “menor teor alcoólico e melhores parâmetros físico-químicos” em comparação com o vinho feito apenas com uvas totalmente maduras. Vale a pena mencionar o aumento significativo da acidez. Além disso, os cientistas alcançaram valores mais elevados para a intensidade da cor, o índice de fenóis totais, a antocianina e o teor de taninos. O processo é “facilmente aplicável na maioria das vinícolas e não requer custos ou equipamentos adicionais”. Uffa!!!, estamos salvos, caso mude a temperatura do planeta e a clima continue bagunçando. Mesmo assim, melhor cada um de nos fazendo sua parte para evitar, que a situação climática piora.

 

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo embaixador do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina. Hoje atua também como consultor independente de negócios, capacitando empreendedores e empresários através de palestras, cursos e treinamentos.

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