* Edu Souza
Em 1998, com então 13 anos, eu já tinha as paredes do meu quarto quase completamente cobertas por posters e fotos dos meus heróis daquele tempo.
A banda era o Iron Maiden.
Alguns anos antes disso, tomei conhecimento da banda de maneira muito peculiar e que vale a pena ser mencionado.
Saímos em uma tarde de casa, eu, meu irmão e minha mãe, rumo ao shopping para comprarmos o presente de aniversário do meu primo.
Voltamos de lá com dois CD’s, o “Counterparts” da banda Rush e o “Somewhere in time” do Iron Maiden.
Claro que não conseguimos seguir a recomendação da nossa mãe que disse – Não é para abrir hein, isso é presente para o seu primo.
Assim que rolou a brecha, abrimos os CD’s e colocamos para tocar e descobrir do que se tratavam então aquelas capas, tão diferentes uma da outra.
Foi realmente impactante ouvir aquele som, naquela idade.
Eu era uma criança e tinha um gosto musical muito restrito e moldado basicamente pelos pais.
Aquela foi a minha primeira descoberta própria no mundo da música, trazida de fora de casa e que teve depois uma grande influência sobre mim, não só em aspectos musicais.
Hoje guardo com carinho e autografado pelo vocalista Bruce Dickinson o álbum “Somewhere in time”.
Tudo isso para deixar claro a memória afetiva que tenho com a banda.
Formada pelo baixista e compositor Steve Harris no ano de 1975 em Layton, Londres, Iron Maiden pode ser considerada um dos maiores expoentes do Heavy Metal.
Pioneiros do movimento conhecido como NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), ganharam uma popularidade crescente a partir dos anos 80.
Em 1978 lançaram o EP “The Soundhouse Tapes” contendo 3 faixas retiradas de uma demo tape, as músicas “Iron Maiden”, “Invasion” e “Prowler” aparecem aqui de uma forma mais áspera e com menos recursos de produção, tendo sido gravadas em uma única sessão.
A edição de 5.000 cópias foi um sucesso raro e posteriormente a banda rejeitou reedições, para manter a áurea criada em torno do disco, até 1996.
Em 1980, lançaram seu álbum de estreia, “Iron Maiden”, que foi sucesso comercial e de crítica.
Na sequência abriram os shows do Kiss em sua turnê europeia e diversos concertos do Judas Priest, tocando também ao lado do UFO.
Em 1981, chega seu segundo álbum chamado “Killers” que traz os primeiros grandes sucessos da banda e a maioria das músicas já havia sido escrita antes do lançamento do álbum de estreia, com exceção de “Prodigal Son” e “Murders in the Rue Morgue”.
Em 1982, o vocalista Paul Di’anno deixa a banda por problemas relacionados ao uso de cocaína e pela falta de carisma no palco, entrando em seu lugar Bruce Dickinson, então vocalista do Samson.
Neste mesmo ano, lançam seu terceiro álbum “The Number of the Beast”, que marca também a estreia do seu novo vocalista.
Com enorme sucesso comercial em todo o mundo, o disco se tornou o mais aclamado da banda, chegando ao topo das paradas inglesas e o mais vendido do grupo até hoje, com dezesseis milhões de cópias.
A partir daí se fez uma extensa trajetória de sucesso contada em dezessete álbuns de estúdio e onze ao vivo, além de inúmeras turnês mundiais.
Se você ainda não conhece nada do material da banda, comece pelos álbuns que citei, e que ouvi enquanto escrevia.
Na minha modesta opinião, ali estão as pérolas do grupo, claro que várias outras músicas são importantes na trajetória subsequente e fundamentais nos shows, mas é uma questão de gosto.
Te vejo quinta feira, um beijo.
* Edu Souza é cantor, compositor e músico profissional desde 2003, lançou 3 álbuns autorais, já atuou como professor e acompanha diversos artistas do cenário blues.