E a notícia primeiramente caiu como uma bomba na última sexta-feira, quando o Prefeito de Caraguatatuba, Antonio Carlos da Silva anunciou mais uma vez, um ano depois, que iria renunciar ao seu mandato como Chefe do Executivo. Depois do susto a população respirou mais aliviada e não deu o devido crédito ao fato, do Prefeito querer fazer o que não fez no ano passado. Ao final o assunto se tornou piada nas rodas de amigos e conversas nos cantos da cidade.
Infelizmente não há ninguém que acredite na Renúncia do Alcaide de Caraguatatuba, muito mais pelo fato dele repetir a mesma fórmula da vez anterior, criando a “Renúncia Pré-Datada”, com data marcada para 20 de abril ou daqui a aproximadamente 120 dias.
Pior do que agendar a Renúncia é alegar que o ato será uma transição. É bom explicar para não haver dúvidas. Renunciar é quando você interrompe um mandato, ou seja, termina antes do seu final. Transição é o período final do candidato atual até entregar o cargo para o candidato eleito. Este período varia de 15 a 90 dias e geralmente ocorre entre as equipes, do atual e do eleito. Sendo assim, respeitado o vernáculo, todos concordamos que o Prefeito irá renunciar do seu mandato eletivo.
Mesmo se tornando chacota pelos quatro cantos da cidade, devemos conjecturar sobre as consequências que a Renúncia Pré-Datada do Prefeito irá desencadear. Primeiramente a sucessão do seu cargo não terá um norte, uma direção, alguém que a sustente ou a dirija. Nas poucas declarações dadas a Imprensa sobre o fato e blindadas pela Assessoria de Comunicação, o Chefe do Executivo alegou que “Não gostaria de ser Prefeito durante a Eleição”, ou seja, não quer sofrer o assédio de ser obrigado a indicar um candidato que poderia ser o seu desafeto. Mesmo não tendo a sua mão, o seu desejo, o risco continua, pois a sucessão ficaria nas mãos do lacrimejante e despreparado Presidente do Diretório, o Assessor Legislativo Lúcio Fernandes.
Em seguida, não podemos esquecer que a decisão do Prefeito simplesmente causou uma revolução na Câmara Municipal, pois balançou toda a Mesa Diretora do Legislativo. Para se ter uma ideia do tamanho do estrondo, se o Presidente da Câmara, Vereador Chininha, aceitar e assumir, não poderá se afastar para se candidatar a reeleição como Vereador, apenas como Prefeito e gabarito para isso ele não tem. Aceitando ser Prefeito Interino deverá negociar com o candidato da situação um cargo na próxima gestão, se o candidato vencer, para não sair prejudicado. Caso não aceite caberá a Vereadora Vilma, que seria a nova Presidente da Câmara, assumir como Prefeita Interina. Uma particularidade da nossa Lei Orgânica é que no caso de recusa, ficará para o Vereador mais velho o cargo de Prefeito Interino. Com isso o mercado de especulações em torno das candidaturas a Vereança e suas reeleições aumentará em gênero, número e grau, criando chances e esperanças em muitos candidatos e legendas.
Ainda sobre a Câmara Municipal, mesmo que informações deem conta que as gavetas de Antonio Carlos já estão sendo arrumadas, o Presidente da Câmara pediu durante a Festa dos Aniversariantes do mês um momento de oração, para que ilumine o Prefeito em suas decisões. Entendo isso como sinal de pavor do que está por vir, o que é mais do que esperado de alguém que já foi chamado de “Carteiro Oficial” e foi colocado no comando da Câmara por um desafeto do Prefeito, que com certeza tentará dominar e dar as cartas até a posse do novo Chefe do Executivo, o que, sem sombra de dúvida, seria desastroso para o município.
Outro ponto que deve ser levantado é o de que toda essa bagunça só favorece a situação, leia-se José Pereira de Aguilar, que segue firme e a passos largos em busca dos votos dos eleitores.
Estamos abrindo o leque de opções e abordando o fato de todos os modos para não deixar o leitor/internauta desinformado, pois acima de tudo este veículo acredita que na hora H o Prefeito não irá correr riscos, irá renunciar a sua segunda Renúncia Pré-Datada e indicar o seu sucessor.