Lugares onde a música me leva.

* Edu Souza

 

Uma das coisas mais interessantes que a música me proporciona, além de enorme prazer e satisfação em executá-la, são os mais diversos lugares dos quais transito no ato da prestação de serviço.

É como acessar outros mundos e universos!

Já me apresentei nos mais diferentes lugares e ambientes, desde os quais eu gostaria muito de voltar como frequentador até aqueles em que saber que tudo é passageiro e transitório alivia a mente.

Sejamos profissionais, afinal.

Estou ali para trabalhar, não para gostar.

Já me apresentei num bar uma vez onde o dono no final me disse – “Acho que você não entendeu direito e quis agradar o público, pode tocar o que quiser”.

Neste mesmo bar quase tudo era permitido, como fumar cigarros e maconha no ambiente fechado, tanto na pista como no palco.

Já estive em um jantar português promovido por um hotel no interior paulista onde observei que, os únicos pretos do recinto eram os garçons.

Eu e o parceiro que estava comigo tocávamos blues num palco afastado do público e uma das organizadoras nos disse – “Fiquem à vontade para comer, preparamos uma mesa para vocês”, a mesa ficava isolada no fundo do salão.

Achei tudo simbólico, tirem suas próprias conclusões.

Hoje estou escrevendo aqui em São Paulo, ontem vim me apresentar pela primeira vez em um bar, um bar secreto.

Olha só que viagem.

A fachada é toda baseada e pensada como se fosse uma loja de doces, no melhor estilo Willie Wonka.

Logo após o espaço da loja, uma porta preta e um segurança separam um ambiente do outro.

Passada a porta, muda tudo, um ambiente todo inspirado nos anos 30 com aquele estilo industrial, muito ferro e luz baixa.

Só entra quem faz parte do clube como sócio ou quem é indicado por um sócio.

Tudo pela exclusividade.

Também não são permitidas fotografias no ambiente.

Achei tudo muito curioso e chegando na casa do meu amigo que me recebe em São Paulo, procurei no Google pra saber mais sobre.

Um dos sócios chegou a pagar 15 mil reais para fazer parte.

Assim como o Clube da Luta, não é permitido falar sobre.

Na saída de lá, enquanto levava meu equipamento para o carro, avistei o cantor Lobão e o empresário Paulo Baron conversando no bar da esquina.

Segui meu caminho de prestador de serviço porque depois de uma viagem e um show eu só queria descansar.

Enfim querido leitor ou leitora, tudo isso só pra ilustrar um pouco os diferentes mundos que a música às vezes me leva e eu acho um grande barato.

Te vejo quinta feira, um beijo.

 

* Edu Souza é cantor, compositor e músico profissional desde 2003, lançou 3 álbuns autorais, já atuou como professor e acompanha diversos artistas do cenário blues.

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