Minha Vida era uma Eterna Tempestade – XIV

E no capítulo anterior eu falava em reviravoltas!!! Ledo engano. Se ao ver um Tsunami você pensa em algo monstruoso, é porque não está vivendo esta nova fase da minha vida. A minha luta agora é voltar a ter o mesmo nível de vida que eu tinha no tempo em que era o garotão da família, do meu pai e da minha mãe!!! Resolvi que teria minha vida fútil e rica novamente, pena que da pior maneira.

Apenas para situar você que me lê e acompanha, perdi todos os benefícios de Playboy filhinho de papai; Carro, Dinheiro, Bicicleta, benefícios e garantias. Estava com as roupas que tinha no Guarda Roupa e ainda podia comer em casa, porém não tinha um Vintém furado para comprar um cigarro ou para um Cachorro Quente no carrinho da praça da igreja. Bebidas e Drogas nem pensar e muito menos o universo feminino que elas proporcionam. Simplesmente eu estava acabado!!!.

Comecei a raciocinar, não precisei de muito tempo, para entender que se não tinha meus privilégios da maneira honesta, olha só eu chamando minha vida fútil de honesta, só poderia conseguir algo de forma ilícita.

Já não podia mais furtar os pertences caros de meus pais, primeiramente porque eles perceberam e começaram a guardar tudo no cofre, aliás um novo cofre, o qual eu não sabia onde ficava e segundo ouvi de meu próprio pai, tinha senha que era alterada quinzenalmente.

Furtar a TV, o Computador, Lava-Louça, o Rádio Relógio e outros pertences maiores e mais visíveis seria a minha confissão de culpa e derrocada final, que me levaria para a Cadeia sem dúvida alguma, tendo em vista a ira que meu pai tinha de mim pelos caminhos que tracei. A minha sorte é que eu ainda podia me alimentar em casa, com comida boa e de qualidade, mas de que adianta ficar de barriga cheia se não tinha farra diária para queimar as calorias e viajar pelo mundo de cores, sons, cheiros e alucinações.

Experimentei pelo menos ficar em casa, ler um livro, vendo TV, ouvindo música no CD e tentar conversar com a minha mãe e os colaboradores de casa, mas fui pego pela famosa “Crise de Abstinência”, de forma caseira é claro, mas não deixou de ser Abstinência. Ficava entediado, boca seca, ansioso ao extremo, nada me seduzia, nada me completava ou satisfazia. A situação estava ficando ainda pior.

Resolvi de imediato que o melhor, ou da pior forma, era buscar meu sustento na rua, da maneira mais errada que um ser humano poderia obter, mas isto é assunto para o próximo capítulo.

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