Stefan Massinger
Muitas vezes a gente se refere do “mundo do vinho”. Mas este mundo é o mesmo mundo em que vivemos. E esse nosso mundo, nosso planeta terra, está em mudanças climáticas. E isso sem dúvida muda também o resultado dos vinhos. Influencias climáticas no terroir, a combinação de terra, uva, experiencia humana e clima, mudem sabores e aromas nos vinhos.
Este ano, por exemplo, o inverno relativamente fraco, que é bom para quem não precisa gastar em aquecer a casa, está ameaçando a qualidade de vinhos e principalmente a colheita. Devido às temperaturas muito amenas do inverno, os viticultores da França temem que as videiras brotem muito cedo. Devido a uma alta nos Açores, as temperaturas estão cerca de dois graus acima da média desde dezembro. “As condições climáticas vão durar pelo menos até meados de janeiro. Assim, as videiras ficarão expostas a uma primavera falsa por quase um mês”, disse o agroclimatologista Serge Zaka à revista de vinhos Vitisphere.
Como resultado do clima excepcionalmente quente, as videiras em Bordeaux, no sudoeste da França, Jurançon, Languedoc e Roussillon e em todo o Mediterrâneo podem brotar já em fevereiro. O inverno ameno e úmido também favoreceria o desenvolvimento de doenças.
O início frio do inverno colocou as videiras em hibernação no início de muitos vinhedos. Mas depois de cerca de dez dias com temperaturas acima de dez a doze graus, as videiras começam a fase de brotação. Assim, os viticultores teriam de se preparar para uma luta contra a geada durante uma onda de frio bastante habitual em fevereiro. Eles temem danos graves.
Esperamos, que os fatos climáticos pelo menos permitem um resultado razoável pelo bem do vinho francês e nossa alegria de beber.
* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo Master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, responsável para gestão de pessoas e vendas. Também já trabalhou com venda de vinhos e atua também como consultor independente de negócios.
