*Stefan Massinger
Conforme um artigo da agencia italiana “winenews”, que publica diariamente artigos sobre mudanças do mercado internacional do vinho, uma notícia já esperada, mas ainda não confirmada agora se tornou realidade. Nos primeiros sete meses de 2022, a China importou 19% menos vinho do exterior do que no mesmo período do ano passado. Um total de pouco mais de 2,1 milhões de hectolitros de vinho foram importados para a China em 2022. Isso é confirmado pelos números do instituto italiano de pesquisa de mercado Nomisma. Comparado com o ano recorde de importação de 2018, a quantidade importada atualmente representa um declínio de quase 50%. na comparação com 2018).
As razões para a queda nas importações de vinho são múltiplas: a política de corona do governo chinês com bloqueios recorrentes, as tensões com os EUA e a Europa em relação a Taiwan, a crise política com a Austrália, que levou ao cancelamento de pedidos, e a atitude da China em à guerra da Ucrânia, levaram à instabilidade econômica no país. O consumo de vinho dos chineses também sofre com isso.
Ou seja – politica internacional, crise sanitária e os efeitos de ambos afetam mais cedo ou mais tarde o mundo do vinho também. Agora, as quantidades, que eram exportados para China, não somem. A questão é para qual país e em quanto tempo estes volumes será absorvido pelo mercado internacional. – Será que Brasil, por muitos anos um país de esperança para o mercado de vinho crescente, e durante a pandemia até um mercado “boom”, vai se beneficiar destes volumes?
Até agora não aparece, os números de importações estão se manifestando sem grandes crescimentos em 2022. Parece o mercado brasileiro está satisfeito com as quantidades importados. O crescimento está diminuindo. E aqui as causas primarias estão as mesmas como na China. Politica, a incerteza das eleições de 2022, deixam muitos apreciadores “segurar” a onda, e não investir em muito vinho. E os efeitos da inflação e os efeitos econômicos pôs pandêmicos não ajudem para um crescimento forte nos vinhos importados no Brasil.
Vamos ver como este 2022 de tantas mudanças e retomadas fecha mesmo. Mas as noticias sobre 2023 já não são tão positivos também, por causa da seca na Europa e em algumas regiões do mundo as quantidades de vinho serão bem menos que os anos interiores. Será que menos volume, menos demanda e menos produção se encontrem no ponto de equilíbrio certo e vamos ter vinhos de excelente qualidade, por preços razoáveis e em quantidades suficientes? – Veremos…
* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo Master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, responsável para gestão de pessoas e vendas. Também já trabalhou com venda de vinhos e atua também como consultor independente de negócios.