As Eleições Municipais do dia 2 de outubro no Litoral Norte de São Paulo mostraram com seus resultados o retrato fiel da atual situação política brasileira. O eleitorado exige novas caras e lideranças para gerir os destinos de suas cidades. Nesse caso quem levou a pior foram os atuais Prefeitos, que não conseguiram eleger seus sucessores.
Das cidades do Litoral Norte Paulista; Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, apenas o Chefe do Executivo da última tentava a reeleição. O restante tentou manter a hegemonia política através da indicação de sucessores e como já dissemos, o povo deu o seu recado nas urnas, reprovando as indicações.
Em Caraguatatuba, depois de 16 anos no poder, Antonio Carlos não conseguiu emplacar o seu indicado, o Engenheiro Gílson Mendes, que perdeu para Aguilar Júnior, filho do ex-Prefeito José Pereira de Aguilar e seu vice por 8 anos. A eleição em Caraguatatuba foi acirrada do começo ao fim e uma apuração de estressar o mais cândido dos monges, com a vitória de Aguilar Júnior por irrisórios 37 votos.
O mesmo ocorreu em Ilhabela, quando o Prefeito Antonio Colucci tentou eleger a sua Secretária de Educação, Lídia Sarmento, na esperança de manter o controle político do arquipélago e de criar uma base sólida para suas intenções Legislativas em 2018. O trabalho foi bom, mas não surtiu o efeito necessário, pois na cidade que mais candidatos ao Executivo concorreram, o segundo lugar no pleito pode ser considerado como uma vitória. Resta saber se conseguirá manter uma base de apoio nas suas bases eleitorais visando uma vaga na Assembléia Legislativa daqui a 24 meses.
Em São Sebastião o Prefeito Ernane Primazzi colocou um fim na sua história política. Mesmo sendo o único Chefe do Executivo a conseguir a reeleição na história do município, Primazzi teve problemas com o seu vice do primeiro mandato, Wagner Teixeira e foi obrigado a lançar um candidato de última hora, Marcos Fuly, que não agradou aos olhos do eleitorado Sebastianense, seja pelo indicado, lançado na última hora, seja pelo retrato de sua administração, que privilegiou um pequeno grupo, enfrentou problemas financeiros e entrou em atrito constante com os Servidores Municipais. No final das contas amargou um segundo lugar, o que para muitos pode ser considerado como uma vitória, mesmo com a diferença esmagadora.
Ubatuba foi a única cidade da região que tinha um Prefeito em exercício como candidato a reeleição. Eleito como sendo a esperança do povo Ubatubense, ao longo dos anos acabou tornando-se a maior frustação da cidade mais ao norte do Cone Leste Paulista e com total descrédito perante a população. Para um Prefeito pretendendo a reeleição sua colocação foi a pior de todo o pleito na região. Um deplorável quinto lugar entre os 7 candidatos a cadeira mais famosa e poderosa da nossa vizinha ao norte.
Depois de ler este texto você deve estar se perguntando: Como escrever todas essas linhas e não mencionar que as vitórias em São Sebastião e Ubatuba vieram com candidatos apoiados pelo Prefeito de Caraguatatuba, Antonio Carlos da Silva??? É verdade e o trabalho desenvolvido por ele nestas cidades recebeu melhores frutos do que na sua própria casa, mas se você prestar atenção, o tema do texto são os Prefeitos que tentaram eleger seus sucessores, nas suas cidades. Apoio dado em outra cidade não vale como base para estas linhas.