Tendencias no consumo do vinho para 2023

*Stefan Massinger

Depois de um susto significo início do ano 2023, os atores no mercado de vinhos claro estão traçando estratégias para combater a tendencia negativa e ganhar em 2023. Mas para ter estratégias que funcionam devemos conhecer para “onde vai o consumidor / o mercado”. Claro, que não existe uma boal de cristal, mas sim, baseado em pesquisas e observações no mercado nacional e internacional, umas ideias, como atuando no mercado do vinho pode se tornar um sucesso.

Apresentando resumidamente aqui 3 das 5 tendencias, que foram elaborados com muita clareza no blog winext do Rodrigo Lanari.

Entretanto, o ano de 2022 terminou com redução de 6,2% no volume de vinhos importados, um ano atrás também era certa a explosão do e-commerce como plataforma para a venda de vinhos, enquanto hoje o foco maior é unir as experiências entre as compras online e presencial.

Tendencia 1 – novos pontos de consumo – vinhos em taças nos bares e o crescimento de apps. A Wine Intelligence aponta que os consumidores regulares vêm optando cada vez mais pelo vinho em taça quando vão aos bares, como alternativa a coquetéis, destilados e cervejas (crédito: Helena Lopes). Até muito recentemente, o vinho era a bebida do restaurante, escolhida para harmonizar com a gastronomia, enquanto nos bares reinavam os coquetéis e os destilados on the rocks. Mas o vinho vem encontrando nos bares, e não apenas nos wine bars, um espaço propício para expandir os domínios. Pesquisa da Wine Intelligence aponta que em 2022, 61% dos consumidores regulares de vinho pediram uma taça de branco ou tinto em bares, numa tendência de crescimento. Degustar uma taça de vinho no balcão é uma experiência que vem ganhando novos adeptos. Outro espaço para os vinhos, agora virtual, são os aplicativos, que vem se abrindo cada vez mais à venda de garrafas. Aqui, o melhor exemplo é o Zé Delivery, da Ambev, que começou com os rótulos da argentina Dante Robino e continua crescendo.

Tendencia 2 – compra online ou a presencial

Aqui, a resposta já é clara: ambos. Ou melhor, uma união das duas possibilidades. É certo que a pandemia impulsionou de forma significativa o crescimento do comércio eletrônico de brancos e tintos. A expectativa é de que este comércio contribua com mais de US$ 10 bilhões para o setor de bebidas alcoólicas entre 2021 e 2026, atingindo quase US$ 40 bilhões até 2026, nos 16 mercados-foco, o que inclui o Brasil, segundo a IWSR.

Mas também é certo que o arrefecimento da pandemia levou a uma vontade (ou seria necessidade?) de comprar vinhos presencialmente. A consequência é que as empresas vêm se debruçando para oferecer modelos de vendas, ou melhor, de experiências, que englobem as duas possibilidades.

“A jornada digital está mais presente do que nunca, mesmo com o consumidor voltando às lojas físicas.” A questão aqui é azeitar esta engrenagem, garantindo que o consumidor tenha realmente uma boa experiência entre estes dois canais de venda. Como por exemplo o grupo Wine investindo massivamente em lojas físicas não apenas para oferecer uma experiencia boa para o consumidor no mundo físico, mas também de funcionar como “mini depósitos” para facilitar a logística e diminuir o prazo de entrega para o mundo digital, em algumas regiões a entrega já está feito até em menos de 6 horas!

Tendencia 3 – Vinhos mais doces, mais “tropicais”, mais “suaves”. Não é novidade que o vinho foi a bebida da pandemia e agora os espumantes aparecem como a categoria que vai brilhar no cenário pós-covid. Se no início da crise não havia ânimo para abrir uma garrafa destas bebidas borbulhantes, agora há muito espaço para elas. Há desde a retomada das festas, a melhora na qualidade da bebida e até a maior conscientização de que estas bebidas não são restritas às comemorações e podem ser apreciadas em várias situações de consumo. O aumento do consumo dos espumantes é acompanhado pelo crescimento dos vinhos brancos e rosados. “Brancos e rosés vem ganhando participação de mercado e devem chegar a patamares mais compatíveis com mercados mais maduros”, acredita Adilson Carvalhal Júnior, diretor da Casa Flora Importadora e presidente BFBA, associação que reúne os importadores de vinho.  Nos rosés, também influencia no crescimento do seu consumo o fato de ser uma bebida “instagramável”, neologismo hoje autoexplicativo. A categoria que merece atenção é a dos vinhos mais doces. A começar pela dos Red Blend, que faz sucesso nos Estados Unidos e por aqui tem na marca da Concha y Toro o seu maior representante. São vinhos tintos em que as uvas utilizadas em seu blend são mantidas em segredo, em um estilo com alto açúcar residual – leia-se tintos muito frutados e quase doces. Ainda não está claro se será um modismo ou uma tendência. Na linha dos docinhos, ainda, estão rótulos elaborados com uvas com maior sensação de dulçor e que ajudam na migração dos consumidores do vinho de mesa para os finos como os moscatéis.

Bastante coisa para trabalhar e tornar o ano 2023 em um sucesso, para importadoras, revendedores mas também para os consumidores! Semana que vem apresentarei mais 2 tendencias previstas para este ano.

 

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo embaixador do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina. Ele atua na consultoria personalizada sobre vinhos para consumidores, empresas e eventos.

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