A União dos Três Poderes num ato puramente Solidário

O brilho e a beleza do Carnaval em São Sebastião foi ofuscada por uma tragédia sem precedentes e eternas sequelas, difíceis de esquecer pelas próximas décadas, quando uma Tromba D’agua assolou a cidade, mais especificamente nos bairros da Costa Sul, trazendo devastação, morte e desabrigo a milhares de pessoas. O maior ato de Solidariedade é ver a união dos Poderes em prol da reconstrução e normalização do município.

Antes de falar sobre a Catástrofe em São Sebastião precisamos recorrer a história e narrar o que houve na vizinha Caraguatatuba, em 18 de Março de 1967, quando depois de vários dias ininterruptos, num volume aproximado de 500 mm pluviométricos, a cidade foi devastada. Números oficiais falam em mais de 200 mortes, porém entre os moradores oficiosamente o número de Óbitos chega a casa dos 2 mil, tendo em vista o número de famílias que desapareceram. Diz a lenda que a beira dos morros da cidade são infestadas de formigas devido aos mortos soterrados e nunca descobertos.

Em Caraguatatuba o dia decisivo da devastação se deu após vários dias com chuva intensa, que cessou após este período, fazendo com que a alegria voltasse a cidade, com as famílias lavando roupa. Neste dia o tempo fechou novamente e a chuva derradeira selou os destinos do município, com alagamentos, deslizamentos, desmoronamentos, inundações e pessoas mortas, desabrigadas e desalojadas.

Houve comoção nacional com o apoio do Governo Estadual, do Exército, da Marinha e Força Aérea e uma particularidade. Foi graças a Catástrofe em Caraguatatuba que o Governo Estadual criou a Defesa Civil, hoje o braço de apoio ao povo Paulista principalmente no período das chuvas mais intensas.

Atualizando as ações destruidoras da natureza que destruíram o Carnaval em São Sebastião e colocaram a cidade na lista inesquecível dos momentos de dor que não sairão das suas mentes, foram mais de 600 mm de chuva num espaço de 48 horas, que atingiram principalmente a Costa Sul do município, bairro que abrange boa parte da população e principalmente as casas de Veraneio dos mais abonados.

O momento não é de afirmar se houve e quem está errado, pois muitos não tinham onde morar e escolheram as áreas de risco, outros foram enganados pela especulação imobiliária inescrupulosa e o restante escolheu ali morar sabedor que estaria arriscando a vida de sua família.

No restante do Litoral Norte Ilhabela sofreu com alagamentos, inundações e destruição de parte da SP-131 que circunda a Cidade Ilhéu. Em Ubatuba o pesar foi para a morte de uma menina de sete anos, soterrada por uma pedra de 2 Toneladas vinda do morro numa área de risco que atingiu a sua casa. Caraguatatuba foi a cidade que menos sofreu, tendo apenas desabrigados e desalojados e ruas alagadas com muita lama.

A natureza em São Sebastião foi impiedosa, avassaladora, numa ação que lembra cena de guerra, tendo em vista a situação deixada nos bairros da Costa Sul. Não se pode falar em desleixo por parte da Prefeitura de São Sebastião, que dentre as cidades do Litoral Norte é a que mantêm a fiscalização mais forte e intensa no que diz respeito a invasão de áreas públicas ou que estejam em locais que ferem os Códigos Ambientais. Afinal, foram mais de 600 mm de chuvas num curto espaço de tempo.

Instaurado o caos restou ao Prefeito Felipe Augusto e os Servidores de São Sebastião o salvamento, limpeza e reconstrução do município, que levará um certo tempo e o tema principal deste texto veio a partir daí.

Imediatamente o Governo Estadual enviou ajuda e com a presença do Governador Tarcísio de Freitas, que disponibilizou todo o efetivo de Segurança e Defesa Civil no auxílio a São Sebastião, seja com homens, máquinas, equipamentos, alimentação e remédios. Não é a primeira vez que um Governador visita a região para auxiliar. Na gestão do ex-Prefeito Trombini o finado Governador Fleury visitou Caraguatatuba dando todo o apoio possível na época.

O diferencial do problema e fator preponderante para a elaboração deste texto veio do Governo Federal, com resposta imediata e rápida de Brasília, ainda mais com a presença in loco do Presidente Lula.

O apoio e participação ativa do Governo Federal se explica por um fato secular, podemos dizer, e tradicional. Nunca na história deste país o Governo Federal deu apoio presencial e de tal envergadura para uma cidade de São Paulo ou para o estado inteiro. No meio político sempre houve um certo orgulho, do tipo “Não precisamos de Brasília, pois eles nunca nos ajudaram” ou então; “São Paulo não precisa de Brasília, eles tem dinheiro e estrutura o bastante para se cuidarem e resolverem seus problemas”.

E a tradição foi quebrada. O Presidente Lula além de vistoriar os problemas do alto, desceu em São Sebastião e se reuniu com o Governador, que não é do seu partido, e o Prefeito Felipe Augusto, num ato puramente Solidário, Democrático e politicamente correto, típico da Nova Política, que deve ser mantida e usada constantemente, com a união e reunião deste trio sendo guardada para os anais da história política de São Sebastião.

Fotos: Internet, Adelson Pimenta e Depcom/SS

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