*Por Beá Moreira
Ali pelas ruas da vida,
Eu estacionei em você!
Fui guinchada, paguei multa.
Meu coração a correr.
Pisei fundo, acelerando,
Tentando passar o tempo.
E assim, fui trafegando,
Perseguindo meu intento.
Segui por vias, viadutos,
Pontes, vielas, calçadas.
Meu coração resoluto,
Não desviava de nada!
Parei um pouco na faixa,
Prá que amores pedestres passassem!
Olhei placas, fiz roteiros,
O que os mapas me indicassem!
Abasteci meus anseios,
Com lutas, fé e coragem!
Lubrifiquei sentimentos,
Meu coração, engrenagem!
Corri muito, nas estradas,
O tempo, a me ultrapassar.
Parei lá, na sua esquina!
Para te ver atravessar.
Segui o roteiro que eu tinha,
Viajei sem ter parada.
Mudei de faixa, algumas vezes,
Nem reparei nas lombadas!
Fui andando, assim, sem medo.
Mudando a marcha dos dias.
No porta-malas, segredos,
E as minhas malas, vazias!
E fui percorrendo o mundo,
Buscando onde te encontrar.
Você, estacionamento,
E eu, sem conseguir parar.
Você, é meu combustível,
É dos meus pneus, o ar.
O retrovisor, onde eu vejo,
Seus olhos a me acompanhar.
Agora, na curva do tempo,
Hora de ponto morto, brecar!
Em você, minha garagem,
Onde eu posso, enfim, voltar!
*Beá Moreira é Cientista Social, e escreve um pouco de tudo, convidando o leitor, de todas as idades, para um bate-papo sobre a vida, sobre as coisas, sobre gente, e, sobretudo, sobre nós!