*Stefan Massinger
Vinho é algo que sobrevive os tempos. É antigo e moderno no mesmo tempo. É um produto arcaico, mas também moderno, existem métodos antigos, as vezes guardados sob7 chaves nas cavernas onde o próprio vinho está guardado e existem verdadeiras vinícolas modernizados com robôs trabalhando, arquitetura moderna e rótulos futurísticos. Mas afinal tudo termina no produto em si, que está feito para nós humanos, para nosso prazer. Detectando aromas, apreciando sabores, o imenso prazer de descobrir vários aspectos sobre esta bebida – é o prazer para enólogos e enófilos no mesmo tempo. E com toda internet e robotização nos processos. Apreciar ou degustar vinho é algo, que só a raça humana consegue fazer com maestria e excelência.
Você também acha? Então acorda – aqui vem a notícia: Até degustar vinhos os robôs, ou mais exata a inteligência artificial já consegue!
Na revista Physical Review Applied, cientistas do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) e da Universidade de Maryland, nos EUA, apresentaram hardware de inteligência artificial (IA) de baixa potência que passou em uma degustação virtual de vinhos. A rede neural destina-se a imitar os processos do cérebro humano ao provar vinho. Quando os amantes de vinho experimentam um novo vinho, as redes neurais no cérebro processam inúmeros dados a cada gole. As sinapses nos neurônios pesam o significado de cada dado – como acidez, sabor frutado, amargor – antes de passá-lo para a próxima camada de neurônios na rede. À medida que a informação flui, o cérebro a usa para analisar o tipo de vinho. O cérebro humano requer um consumo médio estimado de energia de 20 watts para isso. Os sistemas de IA exigem mil vezes isso para os mesmos cálculos. Um ramo da pesquisa de IA está, portanto, procurando alternativas menos intensivas em energia – com sucesso.
A equipa de investigação treinou a rede com um conjunto de dados de cerca de 150 vinhos elaborados a partir de três castas. Cada vinho virtual tinha 13 características a serem consideradas, como teor alcoólico, cor, flavonoides e impressões de cinzas, alcalinidade e magnésio. A cada característica foi atribuído um valor entre 0 e 1, que a rede poderia levar em consideração ao distinguir um vinho dos outros. O sistema de IA executou então uma degustação virtual de vinhos em todo o conjunto de dados, que incluiu 30 vinhos que não haviam sido processados anteriormente. O sistema passou no teste com uma taxa de reconhecimento de 95,3%. Dos 30 vinhos que não foi treinado para fazer, cometeu apenas dois erros. Os pesquisadores veem isso como um grande sucesso: “É uma degustação virtual de vinhos. A degustação é feita por analisadores, que são mais eficientes, mas menos divertidos do que provar o seu próprio”, disse o físico do NIST, Brian Hoskins. Uffa – pelo menos o físico entendeu, que apesar de todos aspectos técnicos degustar vinho é prazeroso e divertido …
* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo Master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, responsável para gestão de pessoas e vendas. Também já trabalhou com venda de vinhos e atua também como consultor independente de negócios.