Mais borbulhas nas taças

*Stefan Massinger

 

Trago interessantes notícias aliviadoras, que achei no magazine wein.plus da Alemanha, um dos mais renomados jornais do mundo do vinho europeu. O mercado do vinho é um mercado livre, claro. Mas sim existem órgãos regulatórios como o consorzio di vini na Itálio o o consejo regulador na Espanha. E claro, na França, temos um órgão regulador, fundado pelo então presidente do grupo Moët Chandon em 1941. Para que servem estes órgãos? Eles têm várias tarefas, vai de garantir e controlar a qualidade dos vinhos até pesquisas e para um certo parte também regular ou pelo menos influenciar o preço do mercado dos vinhos das regiões ou países, que representem. O Comitê de Champagne, o órgão regulatório que está responsável para a produção, promoção e o mercado do champanhe, estabeleceu o rendimento por hectare para 2022 em 12.000 kg. Sim, eles estabelecem metas e limites para os produtores do champagne para garantir a qualidade e o preço do mercado – principalmente.  Estes 12.000/ha é o valor mais alto em dez anos. A razão para o aumento de 20 por cento em relação a 2021 é a pequena colheita do ano anterior e as reservas encolhidas resultantes, que atendem à crescente demanda. Conforme o presidente da Union des Maisons de Champagne e co-presidente do Comité Champagne, David Chatillon no primeiro semestre de 2022 venderam-se 130 milhões de garrafas, um aumento de 14% em relação ao primeiro semestre de 2021. Para 2022 ele e o comité esperam 325 milhões de garrafas. Este nível de rendimento também foi decidido para aumentar o estoque. Atualmente são 3,5 anos de “reserva”, garrafas em estoque. Segundo o Comitê de Champagne, o valor ideal é de 3,8 anos.

O Comitê de Champagne também está introduzindo um novo sistema de vinhos de reserva individual (IR), também chamado de “crédito de reserva”. Isso visa atingir a meta de rendimento comercializável definida a cada ano. Para 2022, são 15.500 kg/ha, mas o Comitê solicitou ao Institut National de l’Origine et de la Qualité (INAO) para aumentar a meta de rendimento para 16.500 kg como exceção para compensar a má colheita do ano anterior. Como quase nenhum viticultor conseguiu colher os 10.000 kg/ha permitidos em 2021, a quantidade permitida deste ano aumentará pela respectiva diferença. Um viticultor que trouxe apenas 6.500 kg em vez de 10.000 kg por hectare em 2021 pode, portanto, colher mais 3.500 kg este ano, ou seja, 15.500 kg. Este “crédito de reserva” é válido por até três anos. A decisão do INAO deve ser confirmada pelo Ministério da Agricultura e deve ser tomada em breve.

Atualmente, parece um rendimento potencial médio de 14.500 kg/ha. As datas das vindimas serão anunciadas no dia 20 de agosto.

Resumindo – que venham as festas, estamos salvos, que não falta champagne!

 

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo Master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, responsável para gestão de pessoas e vendas. Também já trabalhou com venda de vinhos e atua também como consultor independente de negócios.

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