Minha Vida era uma eterna Tempestade (Parte II)

Por Marcello Veríssimo *

 

Meu nome é Eustáquio. Vivo no Litoral Norte de São Paulo e continuando a trajetória da minha vida ao Blog Contra & Verso chegamos ao ponto que todos sabemos: quanto mais alto as drogas te levam mais forte é a queda. Depois do “namoro” com a droga descobri que nossa relação se tornou doentia.

O elo de ligação com amigos de noitada, bebedeira e sessões de uso compulsivo não foi suficiente para manter amizades falsas, mantidas na base do interesse e da manipulação. Perdi amigos. Fiquei sozinho, entrei em depressão. Paranoia.

Novamente repito: minha vida é igual a de todo mundo, mas penso que contá-la irá mostrar quais os caminhos que você não deve seguir. Como havia dito, moro na beira da praia, vivo à beira-mar.

Isso facilita para gerar uma das principais características de quem é absorvido pelo abuso de substâncias que alteram a mente e modificam o humor: a procrastinação.  O vento, as ondas e a maresia fazem parte do meu dia-a-dia, junto com o Sol, ajudam a se envolver com aquela droga que muitos consomem na beira da praia e dizem ser da terra, de Deus.

Mas ela não é tão inofensiva assim. Para quem desenvolve a doença da dependência química, a droga distorce a realidade, valores e, por consequência, a vida.

Os amigos, a família, pessoas que te amam se afastam e só resta escuridão, nem mesmo a luz do luar na beira da praia é mais a mesma.

O indivíduo perde a noção. Tudo me era dado. Eu tinha alcance para o que desejasse, na medida e distância dos meus dedos e anseios. Perdi tudo, fiquei só com a roupa do corpo, em certas ocasiões, até a roupa que vestia era moeda de troca por mais uma.

Pena eu saber depois que certas sensações, assim como o amor, o tesão e a desilusão podem ser catastróficas. A continuação desta história vocês saberão em outro capítulo desta epopeia em busca da minha nova vida.

 

* Marcello Veríssimo, 41 anos, é jornalista no Litoral Norte de São Paulo. Formado pela Universidade do Vale do Paraíba, em 2001, passou por praticamente todos os jornais impressos, revistas e portais de notícias da região, incluindo o extinto “Vale Paraibano”, em São José dos Campos.

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