Quem acompanha os meus relatos deve achar piegas ou clichê o desabafo de um Viciado em Drogas oriundo de boa família, com pais abastados e com toda a estrutura de uma família endinheirada que tem no seu filho um mimado que tendo tudo na vida resolveu enveredar por um caminho sem volta. Ledo engano. Neste texto eu conto que o vício e a degradação humana não pertencem aos ricos, mas a todos que escolhem a opção errada para viver intensamente.
Caso você tenha esquecido o meu nome é Eustáquio, o meu melhor amigo é o Cícero e convivemos intensamente com Olívia e Simone, duas garotas da Pá Virada que aceitam qualquer esquema, estão sempre com um sorriso no rosto. Com elas não tem tempo ruim e o sexo com Olívia e Simone ou com as duas ao mesmo tempo é caliente e por vezes até, Selvagem.
Quem nos fornece o passaporte para um mundo colorido, endiabrado, moldado na ilusão e extremamente alucinante é o Pitomba, aquele da mão pesada quando não honramos o que devemos a ele. Com o Pitomba não falta diversão, pois o seu estoque é diverso, para todos os gostos e bolsos. Não será por causa do Pitomba que os Dragões Verdes, Luzes cor de rosa e a Fada Sininho de Fio Dental te deixarão órfão na hora da festa.
Certa vez, ao buscar um pouco de cada para uma festa especial, defrontei-me com Pixico, um Afrodescendente que pegou algumas pedras. Alto, magro, aparentando uns 20 anos e vestido com roupas simples e comuns, percebi nele que o universo de quem se droga não era o mesmo que o meu, novamente pensando que o mundo girava ao meu redor, ou seja, uma pessoa diferente daqueles que via sempre comprando drogas ou que frequentavam as mesmas baladas que a minha turma.
Fiquei intrigado com a presença de Pixico, pois na minha concepção, apenas brancos e com dinheiro é que tinham uma vida fútil e se drogavam para esquecer a pseudo vida imprestável que tinha. Aproveitei e puxei conversa com Pixico, levando-o para junto de Cícero, Olívia, Simone e outros malucos que conviviam conosco. Queria conhecê-lo e saber como chegou a esta vida.
Pixico é filho de um ex-Presidiário e uma mãe viciada, que foi estuprada a troco de mais uma porção de Cocaína. Com base nesta situação viveu vários anos nas ruas, dormindo ao relento até ser resgatado por sua avó materna, vivendo com ela num barraco no morro. Por falta de opção não conseguiu emprego, frequentando apenas o antigo Primário, sendo que a única maneira de sobreviver era na base dos pequenos furtos e de trabalhar para o Tráfico de Drogas. O meu novo amigo transgrediu a primeira e principal regra de quem vive das Drogas, que é a de não experimentar o produto que vende.
Conta o meu mais novo amigo que a vida foi difícil, pois quando não presenciava a mãe ser agredida pelo pai, passava fome ou convivia com a prostituição da mãe que buscava se drogar cada vez mais. Ouvindo isso vi que a Tempestade na vida de Pixico era para esquecer do mundo cão que vivia, enquanto que comigo era para desfrutar da vida vazia que tinha.
Pixico passou a ser nosso amigo fixo, nas rodas, na noite, na droga e para recebê-lo da melhor maneira, nós cinco, totalmente embriagados e drogados, fizemos sexo com Olívia e Simone a noite toda, com direito a show particular de nossas amigas.