Para a dupla Clayton e Denis a questão Música e principalmente, o Sertanejo Universitário tem Prioridade, é levada a sério e elaborada com Qualidade. Há de se preocupar quando a melodia empolga mais do que as letras e a licença poética.
Clayton e Denis estão na estrada desde meados da década de 90, seja produzindo músicas autorais, seja reproduzindo os maiores sucessos da música brasileira, seja o MPB básico, as bandas atuais e até o Sertanejo Raiz, além do Sertanejo Universitário.
Para a dupla o grande problema reside na boa qualidade da melodia e na baixa qualidade das letras que se repetem. “Hoje só tem música onde se fala beijou, amou e comeu, onde ela bebe, ele dança, dá um amasso, eles transam e no dia seguinte não se conhecem ou reconhecem”, disse Denis, primeira voz e líder da banda. “Atualmente a melodia mexe mais com o público do que a letra”, frisou Clayton. “Na época do Camaro Amarelo todo mundo fez letra com carro, até eu fiz De Fusquinha na Balada”, reclama Denis.
Para Denis há muita banda e dupla que é boa no estúdio, mas chega na hora do show, do momento ao vivo cara a cara com o público e não desempenha nada.
Ainda falando da questão qualidade musical, a dupla revela não gostar e nem ter a menor predileção pelo Funk. “É uma música que só tem palavrão, leva as crianças para o mau caminho e incentiva o sexo e o uso das drogas e violência”, contam os membros da dupla.
Outra questão levantada pela dupla fala em prestígio, incentivo e apoio as bandas locais. “Obviamente não me refiro as bandas mais famosas, mas os grupos do mesmo nível que o nosso e de outras cidades conseguem mais shows e melhores cachês do que os grupos locais, ou seja, não há apoio, incentivo ou prestígio para as bandas da terra”, relatam Clayton e Denis.
O quesito mão de obra é um grande problema no Litoral Norte, que padece de mais e melhores profissionais, principalmente na área de Turismo e Restaurantes. Na área musical o problema é idêntico. “Manter uma banda é caro e não temos muito apoio para isso, pois como já dissemos, nosso cachê é baixo e além disso, há falta de músicos que toquem música sertaneja”, desabafa Denis.