Nem tudo que reluz é ouro!!! Esta tradicional citação reflete bem a base deste texto, mostrando que nem todos os resultados refletem, que nem tudo que vemos ou sentimos, é o que verdadeiramente aconteceu. O resultado das Eleições Municipais em Caraguatatuba é a prova concreta disso. Se analisarmos, o eleitorado local não elegeu o candidato Aguilar Júnior, mas sim, votou contra o Prefeito Antonio Carlos da Silva.
Para chegar a esta conclusão devemos analisar vários itens, parâmetros, porcentagens, tradições e a situação política que impera no Brasil nos dias de hoje.
Iniciando pela situação política do Brasil, onde o eleitorado, cansado da mesmice dos ditos “Caciques”, decidiu por uma mudança radical, colocando a novidade como prioridade. Por outro lado a caça aos corruptos feita pela Justiça em todo o país ressalta a linha da mudança, do novo, do limpo. A continuação foi outro tema que subliminarmente o eleitorado afastou e aí você nota pelos resultados no Litoral Norte, onde nenhum dos Prefeitos, seja ele no cargo ou indicando sucessores, não os conseguiram eleger.
Item importantíssimo, seja no Litoral Norte, seja em todo o país, o eleitorado protestou quanto aos políticos de hoje e contra a continuação da forma mais fácil para ela; Os votos em Branco, os Nulos e as Abstenções tiveram porcentagens assustadoras. Para se ter uma ideia as Abstenções tiveram porcentagens acima dos 20% e dentro do comparecimento, os mesmos índices ocorreram quanto aos Brancos e Nulos.
Saindo do geral e caindo no particular, os 4 mandatos do Prefeito Antonio Carlos foram o fator decisivo, pois está provado por índices e pela história da política que os líderes, com o passar do tempo, não mantêm o mesmo volume de trabalho e a mesma intensidade de desenvolvimento. Não se deixe levar por ações realizadas no penúltimo e último ano de gestão para contradizer as afirmações deste texto, pois o eleitorado já aprendeu a identificá-las como “eleitoreiras”. A falta de preparo nos momentos de stress é outro fator que levou o eleitor a uma análise mais contundente.
Outro fato preponderante diz respeito a reinvenção. A mesmice de 4 mandatos tira do planejamento os termos reinventar e renovar. Administração Pública é como Casamento, onde inovar em alguns momentos mantém o relacionamento e cativa cada vez mais o eleitorado, buscando sempre uma popularidade positiva.
Ainda na gestão política a demora em indicar o Engenheiro Gílson Mendes como sucessor de seu quarteto de mandatos é um fator primordial, pois foi necessário mais esforço e estrutura, tudo isso num espaço de tempo reduzido pela atual Lei Eleitoral.
Por outro lado Aguilar Júnior contou com o eleitorado cativo do pai ex-Prefeito, que impugnado pela Justiça não pode concorrer, e correndo contra a maré, conseguiu repassar os seus votos para o filho numa proporção acima da média.
Em todo este cenário não se deve dar a razão da vitória para este ou aquele candidato ou apoiador, pois ao mesmo tempo em que alardeavam seguidores e apoiadores, tem erros e um passado político dos mais lamentáveis, ou seja, a vitória no pleito deve ser centrada na figura do vencedor e do ex-Prefeito apenas.
Em resumo, por mais que Aguilar Júnior possa ser visto pelo eleitorado como a novidade nos novos caminhos da política brasileira, o eleitorado escolheu votar contra o Prefeito Antonio Carlos da Silva como forma de protesto de tudo que o antigo proporcionou ao país, ao estado e a cidade.