A Vida nos proporciona fatos inusitados através do Destino. Seja um momento constrangedor, um perrengue, uma emoção, um fato triste e porque não dizer, o Amor, este então pode vir num momento inesperado ou depois de muito lutar por ele, nos momentos mais incríveis e memoráveis que certamente não se repetirão e que não esperávamos que fossem acontecer. E quando o amor se mistura não apenas na parte pessoal, mas também na profissional, na empresa ou no ambiente de trabalho!!!
Reza a lenda que numa paragem paradisíaca, situada entre Torres e Maragogi, num lugar lindo, abençoado por Deus, onde predominavam as canoas dos Pescadores Artesanais, onde o céu é mais azul juntamente com o mar, que mescla marolas e boas ondas uma moça simples e muito dedicada, Fialha é o nome dela, ganhou o direito de liderar esta comunidade pobre, humilde mas de muita perseverança.
Fialha venceu junto com Marthio, outro líder da comunidade que dava intenso apoio aos vendedores de linha, anzol, pescado e outros artefatos que faziam parte do trabalho dos moradores daquela comunidade. A vitória foi bem dizer inesperada, pois venceu outros 10 velhos caciques, que sempre disputavam e se revezavam no poder.
Marthio e Fialha tinham muito trabalho pela frente, pois os Caciques anteriores trouxeram a dor, o desprezo, as dívidas e de certa forma, o caos aquela Comunidade Paradisíaca e nem mesmo o sol reinante e as visitas constantes dos forasteiros garantiriam que uma luz no fim do horizonte traria melhoramentos e a esperança para dissipar o amargor que aquele povo sentia.
A dupla Fiathio – Fialha e Marthio – precisavam fazer alguma coisa. Atitudes e estratégias necessitavam ser feitas para mostrar ao povo da Paragem Paradisíaca que a dupla escolhida iria gerenciar os destinos, o progresso e o desenvolvimento daquele belo e mal tratado lugar. A Capital seria o lugar mais correto a se dirigir, pois lá estavam os homens, as pessoas com a autoridade e o poder de ajudar e solucionar as questões mais emergentes para uma Paragem Paradisíaca como aquela.
E para lá seguiram Fialha e Marthio, com esperança no coração e muita vontade de solucionar a maioria dos problemas ou no pior dos casos, os problemas mais prioritários.
Cabe ressaltar que o relacionamento entre Fialha e Marthio era puramente profissional, onde ambos trabalhavam em prol da Comunidade que os escolheram. Sempre que um tomava uma atitude, perguntava ao outro e vice-versa. Não havia decisão que não fosse tomada com o consentimento de ambos, pois eram uma dupla de trabalho, onde lhes era reservada a glória da vitória ou o arrependimento pelo erro ou derrota.
A agenda na Capital foi agitada. Mal o sol nascia, um rápido café e até bem depois do anoitecer foi recheada de visitas a salas, gabinetes, reuniões, concessionárias, terceirizados com pessoas dos mais variados níveis, atribuições e graus de poder. A noite o cansaço era maior do que a fome, mas sempre sobrava um tempo para conversar, falar da vida, dos sonhos de cada um, da comunidade e de como a parceria estava dando certo. E foi aí que tudo nasceu, ou melhor, aconteceu!!!
A proximidade do trabalho, da convivência diária e da ânsia de resolver questões deu lugar ao companheirismo, a enxergar o parceiro de lutas como aquele que faltava na vida do outro. Digamos que um começou a ver no outro a peça que faltava para concluir um sonho, uma satisfação, assim como o Queijo com Goiabada, a Pizza com Guaraná, a Feijoada e o Torresmo, o Sol e a Lua e assim por diante.
Deste momento em diante tudo mudou. A parceria era mais constante, consistente e os interesses em solucionar problemas da Paragem Paradisíaca se aliaram ao carinho, a paixão, ao complemento de duas pessoas, de uma vida. A partir daí tudo tinha uma conotação diferente, era mais bela, florida, adocicada, terna e carinhosa, era a política se misturando ao amor, num destino comunitário que se entrelaçava ao pessoal, ao passional.
O retorno a Paragem Paradisíaca chegou e a vida ganhava uma nova conotação, um novo modelo de ser e de viver. Mensagens eram trocadas, juras de amor eram transmitidas, olhares furtivos eram dados, o coração batia mais forte quando se viam, a imaginação era intensa e as lembranças resultavam num forte calor que vinha da cabeça, agitava o coração e causava convulsões em todo o corpo.
Mas era necessário desfazer-se de velhos laços e neste momento surge Mathalau, companheiro de Fialha que recebeu como um Tsunami o desejo dela de acabar com tudo. Mathalau era visto por ser uma pessoa de caráter dominante, determinado e que via em Fialha a busca do Poder pelo Poder, que ele tanto sonhava. Entre uma palmeira e a arrebentação era dito em alto e bom som que o mandatário da Paragem Paradisíaca era ele e não Fialha.
Esta posição de mando, com vistas a ser destruída era o maior pesadelo que Mathalau não sonhava e receber de Fialha a intenção de terminar com tudo foi um choque sem tamanho e ele esbravejou, gritou, urrou, não aceitou o fim do relacionamento e a perda do Poder que tanto tempo ele levou para conquistar, proferindo ameaças e ultimatos.
Para resolver esta questão de uma vez tomou providências emergenciais, drásticas e até pecaminosas, como dividir a sala com Fialha, observando todos que entravam e o que conversavam. Outra atitude foi tirar Marthio do rancho que usava para trabalhar, transferindo-o para um rancho distante, sem chance de que ele pudesse manter contato com Fialha, pois passou também a vigiar as comunicações e mensagens recebidas por Fialha.
Hoje a Paragem Paradisíaca perdeu o pouco do encanto que havia conquistado, tudo está mais triste, as conquistas não tem a mesma velocidade reduzida para uma solução, o coração está mais amargurado, a paixão se consumiu e a vida tomou um norte desconhecido e totalmente entristecido. É, isto acontece quando o Amor se mistura a Política!!!.