Quando o Corporativismo é um erro de boas intenções

O Corporativismo é um exemplo de Protecionismo condenado na maioria dos países e dentro do Brasil, principalmente quando a ação está ligada aos empregos. Num país em Pandemia, com milhões de desempregados e com a economia em reestruturação, o Corporativismo pode ser chamado do erro com boas intenções. Um exemplo disto ocorre em São Sebastião, principalmente com o retorno das obras do Contorno da Rodovia dos Tamoios.

A retomada das Obras dos Contornos da Rodovia dos Tamoios ocorreu na terça-feira – 21 de Setembro – em cerimônia presidida pelo Governador João Dória Júnior em Caraguatatuba, que segundo as expectativas, deverá gerar cerca de 2.200 empregos diretos e indiretos, num investimento de R$ 1.5 Bilhões. A obra, paralisada há três anos, terá novo prazo de 26 meses, com término previsto para Novembro de 2023.

Como afirmamos no início do texto o Corporativismo é uma forma de Protecionismo, onde determinada categoria, classe ou morador em uma localidade se privilegia e obtêm vantagem para a admissão em uma certa função, empresa ou obra específica, em detrimento de outros trabalhadores da mesma função mas que não residem no local da obra em questão.

Uma boa maioria defende a linha de pensamento que não podem haver restrições quanto a admissão de trabalhadores, escolhendo entre aqueles que morem no local do empreendimento. Obviamente que não está relacionado a este assunto a liberdade de escolha pelo RH – Relações Humanas – das empresas contratantes. O Dicionário Aurélio relata que Corporativismo é; “A defesa que prioriza a categoria profissional ao invés da sociedade de uma forma geral”.

Uma justificativa plausível para o Corporativismo é a derrocada econômica provocada pela Pandemia do Covid-19 em todo o país, especificamente no Litoral Norte e por conseguinte, em São Sebastião, que provocou a perda de centenas de empregos em vários segmentos e a Construção Civil não foge a regra. Ao mesmo tempo a região experimenta a retomada da economia e a luta pela busca das perdas no período dos últimos dois anos.

Focado num erro comum e tradicional, porém voltado diretamente com a melhor das intenções o Prefeito Felipe Augusto mantêm encontros com a empreiteira que irá retomar as obras dos Contornos da Rodovia dos Tamoios com o objetivo de contratar o máximo possível de trabalhadores da Construção Civil que residam em São Sebastião, numa clara intenção de reduzir o desemprego na cidade e garantir um melhor orçamento mensal às famílias que estes trabalhadores representam.

Ao longo dos anos várias tentativas foram feitas com intuito de beneficiar os trabalhadores locais em detrimento dos chamados “Trecheiros”, trabalhadores que vivem de obra em obra nos quatro cantos do país, trocando de cidade quando a obra termina ou quando a empreiteira contratante inicia uma nova obra em outra cidade e leva o funcionário mais experiente e de confiança do capataz. Não podemos esquecer que neste cenário existe o “Paqueiro”, que é o trabalhador contratado por um terceiro, uma espécie de agente, que de uma única vez, traz centenas de trabalhadores dos quatro cantos da nação.

Em São José dos Campos este “Acordo Corporativista” ganhou notoriedade quando das obras de reforma da Refinaria naquela cidade, quando o Prefeito da época e a direção da empresa acertaram que a maioria dos contratados seria daquela cidade.

Em Caraguatatuba a ex-Vereador Vilma Teixeira conseguiu aprovar na Câmara, Projeto de Lei que obrigava a contratar os trabalhadores locais nas obras de construção da Base de Gás. Na essência o projeto é Inconstitucional e mesmo irregular não foi correspondido.

A torcida é para que as boas intenções do Prefeito Felipe Augusto, mesmo num assunto considerado impróprio, tenham resultados satisfatórios para os moradores locais, garantindo o mercado de trabalho local e um aumento na renda per capita do município.

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