São Sebastião é uma das cidades mais bem estruturadas do Brasil, além de dotada de habitantes extremamente politizados e por causa disto, tornou-se tradicional em celeumas políticas, sendo a última a questão sobre a Terceirização do Lixo, ou melhor, sobre a Usina de Gaseificação que pode trazer economia e solução para um problema que traz uma grande dor de cabeça para o Poder Público.
Quem vive e convive com o dia-a-dia de São Sebastião sabe que em sua história constam discussões homéricas sobre questões amplamente discutidas por seus habitantes, amigos e simpatizantes. Quem se lembra das Cavernas de Gás que a Petrobrás queria instalar na cidade, da polêmica sobre construções acima de dois pisos e agora a Terceirização do Lixo na cidade, onde consta o projeto de uma Usina de Gaseificação na Costa Sul, que muitos estão confundindo com uma Usina Termoelétrica, que pode queimar tanto Carvão quanto Combustível Fóssil.
A questão do Lixo nos Centros Urbanos tornou-se uma grande dor de cabeça aos mandatários do Poder Público, envolvendo grandes quantias de dinheiro, seja para a recolha e depósito nos famosos Lixões, seja no acondicionamento nos Aterros Sanitários e pior ainda quando precisa ser transportada para outro município dotado de equipamento autorizado pelos órgãos ambientais. Para se ter uma ideia do problema que o lixo causa, na minha saudosa passagem pela Prefeitura de Caraguatatuba, o Prefeito de época, o finado José Bourabeby foi até Novo Horizonte ver de perto como administrar uma Usina de Compostagem.
Em São Sebastião foram realizadas três Audiências Públicas para tratar sobre a Concessão Patrocinada dos Serviços de Coleta, Tratamento e Destinação Final dos Resíduos Sólidos e de Limpeza Urbana, Licitação esta que resolveria as questões sobre o Lixo na cidade definitivamente. A questão do posicionamento contrário já começa de forma errada quando uma Petição foi distribuída pelas Redes Sociais alertando que a cidade teria uma “Usina Termoelétrica”, alternativa usada amplamente no país em face da redução dos níveis dos reservatórios para a produção de energia elétrica e que para muitos, o assunto é discutível, pois causa grandes problemas de ordem ambiental.
Na verdade a Concessão trata, dentre os seus vários artigos, da construção de uma Usina de Gaseificação, que nada mais é do que transformar o Lixo diário em energia, que poderá ser usada para abastecer residências, comércios e a iluminação das vias públicas da cidade. A utilização dos Resíduos Sólidos em energia viria da sua queima, resultante num gás que seria transformado em combustível para gerar energia. Este processo térmico vem das altas temperaturas num ambiente pobre de oxigênio, gerando o conhecido “syngas” que é composto de monóxido de carbono e hidrogênio, além de dióxido de carbono e cinzas. O combustível para a caldeira gerar energia viria do syngas, que se tornaria vapor para acionar a turbina e por conseguinte energia elétrica para a rede pública.
As vantagens da Gaseificação são a redução do custo logístico da destinação dos resíduos, com a edificação de usinas em locais prioritários. O Passivo Ambiental teria redução, a geração de energia é o principal ponto positivo, bem como a produção de gás em furanos e dioxinas.
O contraditório é sempre bem-vindo numa discussão sadia e equilibrada, mas mesmo no contraditório, o bom senso deve ser o primeiro item quando se fala em modernismo e desenvolvimento de uma cidade e seus moradores. Na verdade os opositores se baseiam no fato de uma ação proposta pelo Poder Público e a atual administração e seu interesse é o de apenas rebater e criticar qualquer ação, sem nunca se manifestar ou propor qualquer atitude que vise algo digno para São Sebastião, ou seja “Sou contra todos os atos do Governo, sem nunca ter feito nada que melhore a vida da cidade que habito” !!!.