Tomar vinhos clandestinos é apoio ao crime

*Stefan Massinger

 

Infelizmente vivemos num país, que tem uma política protetora contra produtos importados. Assim vinhos importados também são taxados com impostos altos e se tornam produtos de desejos. Efeito destes preços altos é a atratividade criminal de contrabandear vinhos dos países produtores vizinhos. A Polícia Federal (PF) desde muito tempo está atras das organizações criminosas, que tornaram o transporte ilegal de vinhos em um negócio clandestino. O noticiário do jornal Gaúcho Zero hora relata que a Policia Federal realizou na manhã da terça-feira 23 de agosto uma operação no Noroeste do Rio Grande do Sul para desarticular um esquema que contrabandeava vinhos argentinos para todo o Brasil. Cerca de 50 agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Tiradentes do Sul e em Três Passos. Os produtos eram enviados para o Estado em embarcações e depois remetidos para todo o país pelos Correios.

A investigação iniciou em maio de 2021 e, desde então, foram identificadas 1,5 mil remessas da mercadoria. Em uma delas, houve intervenção policial e a apreensão de 46 caixas de vinho que haviam sido despachadas através da agência dos Correios de Três Passos. As bebidas vinham da Argentina pelo Rio Uruguai e eram entregues em um porto clandestino em Tiradentes do Sul.

Depois disso, a mercadoria era descarregada e armazenada em depósitos na região para ser vendida pela internet. Conforme as negociações, os vinhos eram despachados via postal para todo o Brasil. A PF cumpriu nesta terça-feira seis mandados em Tiradentes do Sul — onde foram apreendidas 400 garrafas de vinho — e outros dois em Três Passos. Não houve prisões. O objetivo foi apreender documentos e materiais em endereços residenciais e comerciais, bem como em propriedades rurais usadas como depósitos.

A ação é sequência de outra ocorrida em 2020. Naquela ocasião, foi deflagrada outra operação em Tiradentes do Sul tendo o contrabando de vinho como alvo. A operação desta terça-feira foi chamada de “Descendentes de Vino”, justamente em alusão à “Operação Vino”, de 2020. Os policiais federais contaram com apoio da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Receita Federal, Brigada Militar e Polícia Civil. A PF ainda não informou sobre valores comercializados pelo grupo criminoso, mas revelou que são três gaúchos investigados.

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo Master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, responsável para gestão de pessoas e vendas. Também já trabalhou com venda de vinhos e atua também como consultor independente de negócios.

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