As Eleições Gerais deste ano são na verdade o grande termômetro do pleito seguinte, que acontece em Outubro de 2024, quando se darão as Eleições Municipais visando a Câmara e a Prefeitura dos mais de 5.500 Municípios Brasileiros. Os poucos candidatos com Domicílio Eleitoral nas cidades do Litoral Norte, bem como seus apoiadores e Cabos Eleitorais passaram pela prova das urnas, cabendo a eles a preparação devida visando a próxima Eleição. É bom frisar que passar pelas urnas de forma indireta não os habilita ou qualifica como certamente eleitos daqui a 24 meses.
A Política Partidária ou Eleitoral segue algumas regras básicas e tradicionais, desenvolvidas, cultivadas e atualizadas ao longo dos anos, ou melhor, a cada 24 meses, período que a Nação vive o clima dos votos e coloca o povo com o poder da escolha e definição de seus líderes por um quadriênio.
As regras são simples: Candidato não repassa a totalidade do seu eleitorado para outro candidato, no máximo 30%. Há candidatos que o eleitor prefere votar para Deputado do que para Prefeito ou Vereador. Os votos numa Eleição Geral credencia o candidato para a Eleição Municipal mas não dá a certeza da vitória, causando na maioria das vezes um certo alvoroço político. O Eleitorado gosta de novidade, mas como diz o nome, a novidade se torna antiga e pode cair no esquecimento ou perder a motivação.
Vamos abordar agora os candidatos locais que disputaram uma vaga na Assembléia Legislativa ou na Câmara Federal nas quatro cidades do Litoral Norte. Advertimos que alguns resultados são puro fogo de palha, outros podem trazer preocupação para certos Líderes Políticos e boa parte vai ganhar espaço em 2024 para o Executivo e o Legislativo.
Antes é bom frisar que o Litoral Norte, mais uma vez, não conseguiu eleger o seu representante na Assembléia Legislativa, com os poucos eleitos conquistando uma cadeira na Câmara dos Deputados em Brasília. São eles Marco Bertaiolli, Carlos Sampaio e Marangoni. Mesmo eleitos a proximidade dos eleitos com o Litoral Norte não é a mesma do que um Deputado Estadual.
Agora iremos analisar o resultados da urnas em primeiro turno das Eleições Gerais deste ano e o que elas representam para o pleito Municipal de 2024, quando concorrem ao cargo de Vereador e Prefeito.
Iniciemos por Ubatuba, quando o Vice-Prefeito Marcinho da ACIU – Associação Comercial e Industrial de Ubatuba se candidatou a Deputado Federal e obteve uma boa votação. Se analisarmos que a Gestão Municipal dele com a Prefeita Flávia Pascoal não anda lá produtiva e benéfica, os votos qualificam Marcinho a tentar uma cadeira de Vereador em 2024. Por outro é de se estranhar que uma gestão sem foco ou sintonia consiga uma boa quantidade de votos para os seus padrinhos, o candidato a Estadual André do Prado e a Federal, Márcio Alvino. É, a política tem mania de apresentar Dicotomias.
Ilhabela é a cidade do Litoral Norte onde o resultado é o de mais simples análise, dando larga vantagem e tranquilidade ao Prefeito Toninho Colucci. A candidata a Deputada Estadual Irê Juliani, aquela do imbróglio da área para a rotatória, não apresentou o número de votos necessário para se eleger, sendo que, caso pense no Legislativo local, terá muito que fazer, pois com certeza a concorrência será enorme. Dentre os Prefeitos da região Colucci foi o único opositor, seja de João Dória Júnior como de Rodrigo Garcia e de peito aberto, fez campanha para Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro.
Em São Sebastião a movimentação de votos deste ano copiou o pleito de 2018, quando os candidatos apoiados pelo Prefeito Felipe Augusto não conseguiram ter a maioria da escolha do eleitorado local e mais uma vez a movimentação do ex-Vice-Prefeito Amílton Pacheco causou uma certa dor de cabeça ao Chefe do Executivo Sebastianense. Se isto te faz pensar que Felipe Augusto terá problemas em 2024 não se preocupe, pois como já citamos nos parágrafos anteriores, apoio a terceiros não resulta numa grande votação para si mesmo e mesmo porque, o Prefeito de São Sebastião tem feito uma gestão afinada com o desenvolvimento da cidade. Pacheco pode até tentar uma cadeira para retornar à Câmara, mas se não tiver o devido preparo, será imortalizado como um eterno captador de votos para terceiros.
Ainda sobre São Sebastião, um outro nome que despontou é o de Fernando Puga, que mantêm o seu nome na memória dos Sebastianenses e tem chance no Legislativo. Outro destaque nas eleições em São Sebastião não é de candidato, mas sim de apoiador e Cabo Eleitoral. Trata-se da Ex-Primeira Dama do município, Michele Veneziani que realizou um grande trabalho na busca dos votos mas não conseguiu obter a maioria entre o Eleitorado. Aviso aos desavisados; Michele continua com o seu Domicílio Eleitoral em Caraguatatuba e mesmo que pense em mudar, o Sucessor de Felipe Augusto já foi escolhido e está trabalhando arduamente para vencer em 2024.
Em Caraguatatuba a situação não é diferente das outras cidades do Litoral Norte, tendo como única diferença o grande número de candidatos inscritos pela cidade. Para Deputado Estadual tivemos Léo Lima que mais uma vez mostrou-se inexpressivo politicamente. Thifany Félix também se candidatou a Estadual e pelos votos conquistados mostrou que precisa ser mais abrangente do que específica na causa LGBT+.
Para Deputado Estadual o maior embate em todo o Litoral Norte travou-se entre o Ex-Prefeito Antonio Carlos da Silva e o Ex-Vereador Neto Bota. O primeiro perdeu na cidade mas conquistou mais votos em todo o Estado de São Paulo. Já o segundo teve mais votos na cidade e menos no restante do território paulista. Ambos com certeza disputarão a Prefeitura em 2024, porém farão voo solo, sendo que o Ex-Prefeito poderá estar inelegível, devido a rejeição de suas últimas contas pela Câmara. Já o Ex-Vereador corre o risco de desistir, pois não terá a mesma estrutura que teve no pleito Nacional deste ano.
O Coronel aposentado da Polícia Militar, Eduardo Stanellis concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados em Brasília, conquistando uma certa quantidade de votos. Acima do pleito Nacional a sua candidatura visou exclusivamente a Prefeitura em 2024, mas para tornar-se a Terceira Via vai precisar primeiramente melhorar a sua linguagem para com o Eleitor, além de melhorar a sua equipe de trabalho, que ainda padece de mais conscientização e preparo. Esta coluna recomenda tentar uma cadeira para Vereador daqui a 24 meses, como forma de se entronizar e vestir o real clima político local.
Destaque nesta eleição em Caraguatatuba se deu nas candidaturas a Deputado Federal do empresário do ramo de Hotelaria Rodrigo Tavano e para Estadual o também Hoteleiro José Alencar Galvão. Ambos lançaram suas candidaturas na última hora e pelo pouco espaço de tempo conquistaram mais votos do que se esperava. Tendo em vista o resultado neste primeiro turno, colocam-se como nomes que farão a diferença na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal em 2024 e nada além disso.
O cenário descrito neste texto é baseado unicamente nos votos e nas campanhas do primeiro turno das Eleições Gerais deste ano e com certeza, o quadro sofrerá alterações nas tintas, na cores e nas linhas que serão traçadas nos próximos 24 meses, mas isto é assunto para os próximos textos.
Este texto encerra a trilogia iniciada na Segunda-Feira sobre as Eleições Gerais deste ano e sua repercussão em Caraguatatuba e em todo o Litoral Norte.
