Vinho Falsificado – o mal amargo de um mercado prazeroso

*Stefan Massinger

 

Várias vezes escrevi nesta coluna sobre o combate dos órgãos fiscalizadores contra o crime organizado de contrabandear e falsificar vinho. Tudo um certo resultado pela atração de um “bom vinho” – mirando apenas status e tentando baratear o custo dos rótulos tão desejados. Esta onda e uma política de taxação alta ajudem bandas organizadas de falsificar e contrabandear vinho. Mas aparentemente este problema não existe só no continente sula americano.

Seguindo notícias da wein.plus, renomado jornal alemão sobre o mundo de vinhos, na Europa esta “moda” também começa a pegar.

O último caso é uma história de sucesso de alfandega francesa, que evitou a circulação e comercialização de vinhos falsificados.

Alfândega francesa exige multa de quatro milhões de euros contra falsificadores de vinho Gang teria vendido centenas de milhares de garrafas de vinho espanhol como Bordeaux

O julgamento contra cinco comerciantes de vinho e negociantes de Bordeaux e do departamento de Charente começou há poucos dias no tribunal de Bordeaux. De acordo com a acusação, eles compraram centenas de milhares de garrafas de vinho na Espanha, rotularam-nas como vinhos de Bordeaux e revenderam as garrafas falsificadas. Segundo informações da rádio FranceBleu, um produtor e comerciante radicado em Bordeaux – segundo a pesquisa da emissora, ele é dono de um castelo no Médoc – comprou os vinhos na Espanha. “O vinho foi então transportado para o sudoeste da França por um transportador baseado em Charente”, diz o relatório FranceBleu. Um corretor de vinhos falsificou os documentos de transporte de tal forma que o vinho tinto produzido a sul dos Pirenéus poderia ser de origem francesa. Vários milhares de garrafas deste vinho receberam rótulos de denominações renomadas como Saint-Emilion e Pomerol.

A alfândega francesa está exigindo uma multa de cerca de quatro milhões de dólares dos acusados. Esse valor é o lucro presumido da campanha de falsificação. Os investigadores suspeitam que centenas de milhares de garrafas de vinho falsas foram vendidas pela gangue. Já em 2021, a polícia de Bordeaux descobriu parafernália suspeita que apontava para fraude de vinho como parte de uma operação de combate ao contrabando na região. Eles incluíam rolhas, garrafas, selos alfandegários e rótulos falsos.

Veremos como continue esta situação – mas eu volto no meu velho aconselho: Fica no original, vinho com nome grande por precinho atrativo é provavelmente ilícito! Economize, beba outros rótulos ou invista no original com impostos pagos! Eu posso lhe ajudar na sua escolha se precisa de consultoria! 😉

 

* Stefan Massinger nasceu na Áustria, sul de Viena, numa região de vinhos. Vive em Caraguatatuba, sendo Master do grupo Wine, o maior e-commerce de vinhos da América Latina, responsável para gestão de pessoas e vendas. Também já trabalhou com venda de vinhos e atua também como consultor independente de negócios.

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